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Sarney Filho, vice presidente da CBF e designado presidente interino pela JustiçaPublicado em 15/05/2025, às 18h21 Redação
A cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) caiu nesta quinta-feira (15), por decisão judicial, e o principal protagonista do caso tem trajetória longeva e sobrenome ilustre: Fernando Sarney. O atual Vice-presidente da entidade desde 2004, foi o principal articulador da ofensiva jurídica que conseguiu tirar Ednaldo Rodrigues do poder. Quem é o novo interino que emergiu como o maior antagonista do presidente da CBF?
Maranhense, empresário e filho do ex-presidente da República, José Sarney, Fernando é um dos cartolas da atualidade com mais experiência no futebol brasileiro — mas também é considerado um dos mais discretos. Raramente se expõe em, evita entrevistas público, mas há décadas ocupa cargos importantes. Na confederação, por exemplo, começou desde 1998, na gestão de Ricardo Teixeira, como diretor de relações governamentais. Desde então vem ocupando espaços nas administrações de José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo e, agora com Ednaldo Rodrigues.
Rompimento com Ednaldo
O ponto de virada da boa relação entre Ednaldo e seu vice ocorreu na eleição de março deste ano. Sarney, tradicionalmente incluído nas chapas de situação, ficou de fora da nova composição eleita por aclamação. Insatisfeito, Fernando passou a atuar nos bastidores e na Justiça para contestar a legalidade da permanência do presidente no cargo.
Articulações na Justiça
Sarney foi o autor de uma das principais ações contra Ednaldo, protocolada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, pedindo a destituição imediata do atual presidente, a suspensão do acordo que o manteve no cargo e a sua própria nomeação como presidente interino, com a responsabilidade de convocar novas eleições. Foi justamente a ação que teve decisão favorável a ele, concedida nesta quinta-feira (15).
Sarney também já havia acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar o mesmo acordo, assinado em fevereiro deste ano e homologado pelo ministro Gilmar Mendes. Foi esse documento, que garantiu o retorno de Ednaldo após um afastamento judicial, o ponto de questionamento por suspeitas sobre a autenticidade de uma das assinaturas: a do ex-presidente da entidade Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes. Eles apontaram suspeita de fraude ou falsificação da assinatura.
A contratação de Ancelotti e a escalada do conflito
Na segunda-feira (12/5), a CBF anunciou oficialmente a contratação de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026. Imediatamente, Fernando Sarney apresentou à Justiça do Rio um pedido de afastamento de Ednaldo, acusando-o de criar uma “cortina de fumaça” com a contratação, para abafar o desgaste jurídico.
Segundo Sarney, o acordo com Ancelotti, cuja remuneração pode ultrapassar os 10 milhões de euros anuais, foi fechado sem consulta aos vice-presidentes ou às federações estaduais. Ele acusa Ednaldo, ainda, de usar a figura do técnico multicampeão para recuperar prestígio e emparedar o Judiciário no dia de uma audiência que acabou adiada.
As acusações ao presidente por ora destituído também citam falta de transparência em contratações, gastos com eventos, vigilância interna irregular, perseguição a funcionários e o descumprimento de acordos com o Ministério Público. Na ação, Sarney ressalta que a governança da entidade foi desfigurada por um presidente que atua de forma “autônoma e irresponsável”.
Presidente interino
Como vice-presidente mais antigo e com trânsito nas entidades internacionais, Sarney é visto como um nome que reúne as credenciais políticas e administrativas exigidas para conduzir um novo processo eleitoral, agora de transição.
Mas sua proximidade com figuras como Ricardo Teixeira e Del Nero alimenta resistências, especialmente entre dirigentes que defendem uma renovação mais profunda na CBF.
O fato é que Fernando Sarney, ao mesmo tempo em que atua como o rosto da oposição ao atual presidente, é também um dos pilares de sustentação de um sistema que há décadas se mantém no poder, por sua presença constante em diferentes gestões.
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