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Publicado em 16/05/2025, às 12h12 Sammara Bezerrra
Músicas dançantes, maximalismo e uma voz única. Essas são as características principais da cantora e artista potiguar Luísa Nascim, 35, que estreou em março deste ano sua nova persona: a Leoa. Além de brilhar nos palcos como cantora, Luísa é vocalista, compositora e fundadora da banda Luísa e os Alquimistas.
A banda encerrou a sua jornada no fim de 2024, após 9 anos de carreira. No anúncio feito pelas redes sociais, a cantora chocou o público, que era engajado no ritmo Bregapunk do Luísa e os Alquimistas. “Nossa Alquimia está em processo de transmutação. E antes de falar do que vem pela frente, precisamos comunicar o encerramento desse ciclo maravilhoso que transformou nossas vidas”, escreveu a banda em um post no Instagram.
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Em entrevista ao Bnews Natal, Leoa contou sua dificuldade em abrir mão da banda e seguir carreira solo. "Pra mim foi muito difícil anunciar a tour de despedida, porque passei muito tempo com a ideia de ter uma banda, apesar de ter recebido propostas para seguir sozinha desde a pandemia", revelou.
Com o anúncio do fim da banda, foi despertada a curiosidade dos fãs sobre o futuro artístico de Luísa, que surpreendeu a todos com o lançamento do seu primeiro single em carreira solo, intitulado de ‘Malokera’. Nesse novo trabalho se destaca o ritmo dembow americano, onde a artista traçou um elo entre o pop quente com o underground, e tudo isso de forma dançante.
“A maloqueira é uma muambeira. Ela tem umas muambas no carro, onde vende roupas, isqueiros, CDs e outros itens. Essa vibe de cigana faz parte da minha trajetória desde a época em que eu era artista de circo”, afirmou a artista.
Depois disso, a Leoa lançou uma série de músicas com feats inovadores: “Meu Reggae” - feito em parceria com Gil Bala; e "Tropical do Brasil", em feat com a cantora Uana. Segundo a artista, as músicas são prévias do seu primeiro álbum em carreira solo, que deve estrear ainda esse ano, com 15 faixas musicais.
Esse último lançamento exalta a força e a sensibilidade da mulher nordestina e litorânea. “Foi a primeira música que comecei a produzir pro disco. Criei a base pensando nessa mistura de reggaeton com bregafunk”, explicou Leoa.
Questionada pelo que podemos esperar da nova fase, Leoa respondeu que apesar de estar partindo para um lado mais pop, vai “continuar ousando”, mantendo sua essência criativa, tanto nas músicas quanto na identidade visual.
Do circo para os vocais: como tudo começou
Nascida e crescida na capital Potiguar, Luísa entrou para o mundo circense aos 17 anos. Com o passar do tempo e muita disciplina, ela se tornou acrobata aérea, coreógrafa e professora de tecido. Viajou para a França, Espanha e Argentina pelo circo, para se apresentar.
No entanto, Luísa guardava dentro de si um desejo de soltar a voz. Até que um dia, por insistência de amigos do circo acostumados a ver Luísa arranhar canções nos bastidores, aceitou mostrar o talento secreto em público em um espetáculo da turnê, que foi bem recebido pelo público.
Depois disso, ela começou a cantar na noite, em barzinho e na banda que lhe garantiu destaque no Nordeste - e até fora dele. Em 2016, a banda Luísa e os Alquimistas lançaram o primeiro disco, Cobra Coral. Depois dele, veio Vekanandra e o Jaguatirica Print. Muito antes de Anitta popularizar cantar em duas línguas diferentes na mesma música, Luísa já tinha um repertório que passeava entre espanhol, francês e inglês.
Após quase 10 anos de carreira, um dos maiores feitos da banda foi misturar também ritmos musicais, que à primeira vista, pode parecer não combinarem: brega e punk. Mas a banda conseguiu o feito de emplacar o bragapunk com Elixir, último álbum da banda. Tous Les Jours, uma das músicas do álbum, virou até trilha sonora de novela nacional, em Elas por Elas.
Classificação Indicativa: Livre