Cidades
Publicado em 21/07/2025, às 08h26 Redação
O suposto bilionário Walter Werner Rydl, austríaco e naturalizado brasileiro de 67 anos, voltou a ser um dos assuntos mais comentados na internet. Isso porque no último domingo (20), em entrevista ao Domingo Espetacular, Werner afirmou ter escondido o equivalente a mais de R$ 183 bilhões em um ponto secreto do Oceano Atlântico, bem na altura do Rio Grande do Norte.
Confira um trecho da entrevista:
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Brasileiro naturalizado, Werner mora em uma vila de pescadores na praia de Ponta do Mel, no município de Areia Branca, litoral potiguar. Ele chamou a atenção da mídia pelo fato de ter declarado à Receita Federal uma fortuna de R$ 100 bilhões em barras de ouro.
No entanto, o BNews Natal descobriu um fato impressionante: a figura já passou 4 anos reclusa no Complexo Prisional da Papuda, em Brasília, dividiu cela com Fernandinho Beira-Mar e Cesare Battisti, e ainda foi notícia ao gravar um vídeo em que aparece queimando R$ 21 milhões de euros em espécie.
Werner Rydl foi protagonista de um dos maiores escândalos fiscais da história da Áustria. Em 2016, esteve na capital mato-grossense para prestar esclarecimentos à Justiça sobre o episódio ocorrido um ano antes, quando foi preso (e liberado dias depois) por portar uma barra de ouro sem nota fiscal. Ele relatou que sempre carregava a barra, e que ela era seu anjo da guarda.
“Viajo o país e o mundo todo com esta barra de ouro e nunca havia dado problema. Sempre que a barra era descoberta, eu explicava a situação aos delegados. A barra está marcada com o meu CPF”, contou Rydl.
Os dois dias em que ficou preso no antigo Presídio do Carumbé, em Cuiabá, não incomodaram o bilionário. “Café da manhã: gratuito. Almoço: gratuito. Jantar: gratuito. Não existe coisa melhor para um milionário”, brincou o empresário sobre a “estadia” no presídio.
O pouco-caso de Rydl com o curto período detido em Cuiabá não foi sem motivo. Ele havia passado 4 anos (2005 a 2009) recolhido no Complexo Prisional da Papuda, no Distrito Federal, onde aguardou um longo e polêmico processo de extradição que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF).
A extradição foi pedida pelo Governo da Áustria, que exigia a devolução de Werner Rydl para ser julgado pelos alegados crimes financeiros que teria cometido naquele país, no caso, o não pagamento de cerca de 116 milhões de euros em impostos, no final dos anos 80.
O bilionário, no entanto, diz que não pagou os impostos, na época, como um “embargo” ao governo austríaco, que, segundo ele, obrigava os empresários a compactuar com corrupção.
“Eu era empresário de construção na Áustria. Eu me recusei a participar desse sistema de pagar propina para receber contratos de obras públicas. A mesma coisa que acontece no Brasil. Então eu promovi um embargo contra o governo austríaco. Eu declarei meu imposto, mas deixei claro que não iria pagar para aquele sistema corrupto. Sonegar é crime, mas eu não soneguei. Eu declarei oficialmente e não paguei, e isso não é crime na Áustria e nem aqui. Não se pode ser preso por dívidas. E o governo passou a me ameaçar por alguns anos. Então vim para o Brasil”, contou.
Em protesto contra a corrupção do governo austríaco, Rydl chegou a queimar 21 milhões de euros em uma praia do Recife, em 2002. Durante sua prisão na Papuda, Rydl contou que dividiu cela com o italiano Cezare Battisti, que havia fugido para o Brasil em 2004 após ser condenado na Itália à prisão perpétua. Cesare Battisti é condenado por quatro homicídios ocorridos na década de 1970, sendo um dos últimos protagonistas da violência política da época na Itália.
O império de mais de 300 toneladas de ouro que possui, segundo Werner Rydl, começou assim que chegou no Brasil, em 1991.
“Com o dinheiro que acumulei na Áustria, comecei a comprar ouro aqui. O ouro não quebra, não perde valor igual o papel. Comprei todo o ouro que podia, cerca de 200/300 kg por semana. No início eu usava outras pessoas para cuidar do ouro, mas hoje só eu faço isso", contou Werner.
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