Cidades
Publicado em 12/05/2025, às 17h39 Redação
O Brasil registrou, em 2023, 21.856 assassinatos de jovens entre 15 e 29 anos — o equivalente a uma média de 60 mortes por dia nesse grupo etário. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (12), fazem parte do Atlas da Violência 2025, uma produção do IPEA em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Entre 2013 e 2023, 312.713 jovens foram mortos de forma violenta no país. A maioria das vítimas é composta por homens (94%), sendo a faixa dos 20 anos a mais atingida, com o maior número de anos de vida perdidos precocemente.
Segundo o levantamento, a violência letal segue como a principal causa de morte entre jovens no Brasil. Em 2023, 47,8% de todos os homicídios registrados no país tiveram como vítimas pessoas entre 15 e 29 anos.
Bahia e Amapá lideram as taxas mais altas de homicídio juvenil
Apesar da tendência de queda nas taxas nacionais desde 2017 — quando o país atingiu o pico de 72,4 homicídios por 100 mil jovens —, os números ainda preocupam. Em 2023, a taxa foi de 47,0 por 100 mil, uma redução de 6,2% em relação ao ano anterior. No entanto, 17 estados continuam com índices acima da média nacional.
Os piores cenários foram registrados no Amapá (134,5 por 100 mil) e na Bahia (113,7 por 100 mil), com taxas até 12 vezes maiores do que a de São Paulo, que teve o menor índice do país (10,2 por 100 mil).
O Amapá também lidera o crescimento percentual no comparativo anual, com um salto de 49,1% na taxa de homicídios entre jovens. O Mato Grosso do Sul aparece na sequência, com aumento de 17,1%.
Armas de fogo dominam cenário das mortes
Em 8 a cada 10 homicídios, armas de fogo foram utilizadas. Entre 2013 e 2023, mais de 12 milhões de anos de vida foram perdidos por jovens assassinados a tiros — um número superior à soma dos anos perdidos por acidentes e suicídios. Ao todo, 81,6% dos anos potenciais de vida perdidos (APVP) estão ligados a esse tipo de violência.
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