Política
Publicado em 09/06/2025, às 17h24 Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília - Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados Redação
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) manifestou nesta segunda-feira (9) “profunda preocupação” com a proposta do governo de tributar em 5% os rendimentos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), hoje isentos do Imposto de Renda. Segundo a entidade, a medida pode afetar diretamente o custo dos alimentos no país.
“A conta será paga pelo consumidor que receberá o repasse no preço dos alimentos”, afirmou a FPA em nota.
A proposta foi apresentada pelo Ministério da Fazenda como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após reunião com líderes partidários no último domingo (8). Além das LCAs, o governo também pretende elevar a taxação das bets — empresas de apostas esportivas — de 12% para 18%.
Segundo a FPA, a medida ameaça uma das principais fontes de financiamento do agronegócio. Atualmente, cerca de 42% do crédito da safra vem de fontes privadas, sendo 43% disso oriundos de LCAs. “As LCAs estruturam o Plano Safra. A tributação tende a afastar investidores e encarecer o crédito para quem produz”, alertou a bancada.
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Dados da entidade mostram que o estoque de LCIs e LCAs na B3 chegou a R$ 979,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025.
A FPA criticou o foco do governo em ampliar a arrecadação sem atacar despesas obrigatórias nem revisar privilégios fiscais. “Mais uma vez, o ajuste fiscal foca apenas na arrecadação, sem enfrentar despesas obrigatórias nem revisar privilégios”, afirmou a bancada.
O pacote apresentado pelo governo inclui ainda:
No entanto, pontos como mudanças no Fundeb e ajustes no BPC (Benefício de Prestação Continuada) seguem sem consenso entre o Planalto e o Congresso Nacional.