Política
Publicado em 21/08/2025, às 16h57 Ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro - André Coelho/Folhapress José Nilton Jr.
De acordo com um relatório produzido pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou, pelo menos, 363 vídeos via WhatsApp, mesmo durante o período em que estava proibido de usar suas redes sociais e as de terceiros por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
As informações constam no relatório que serviou de base para o indiciamento de Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no inquérito que apura descumprimento das sanções impostas pelos Estados Unidos.
O documento foi produzido a partir da análise do celular apreendido do ex-presidente.
Segundo informações da Polícia Federal, no dia 3 de agosto de 2025, data em que ocorreram manifestações em apoio ao ex-presidente em diversas cidades do Brasil, Bolsonaro enviou vídeos a seus apoiadores com informações sobre os atos e também sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
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A corporação afirmou que os compartilhamentos tiveram uma dinâmica semelhante à atuação de “milícias digitais”, em razão da frequência e da forma como as mensagens foram disseminadas.
O relatório ressalta que Bolsonaro utilizou o WhatsApp para burlar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que já havia determinado a proibição de uso de redes sociais próprias e de terceiros.
“Diante da grande quantidade de arquivos, a investigação destacou os conteúdos mais relevantes compartilhados no dia 3 de agosto de 2025 por Jair Bolsonaro, visando utilizar as redes sociais de terceiros para contornar a proibição judicial de retransmissão de conteúdos”, afirma o documento.
Em nota divulgada mais cedo, a defesa do ex-presidente afirmou ter sido “pega de surpresa” com o indiciamento.
Os advogados também informaram que apresentarão os esclarecimentos solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do prazo estabelecido.