Política
Publicado em 01/10/2025, às 14h26 © Marcelo Camargo/Agência Brasil Giovana Gurgel
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira, 29, que está pronto para declarar estado de emergência no país, em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos no Mar do Caribe. Em discurso televisionado, ele disse que a medida visa:
“proteger o povo, a paz e a estabilidade… caso a Venezuela seja atacada pelo império dos EUA”.
O posicionamento ocorre após o envio de navios de guerra americanos à região, missão que Washington afirma ter como objetivo o combate ao narcotráfico, mas que Caracas interpreta como tentativa de interferência e mudança de regime.
Maduro nega veementemente envolvimento com narcotráfico, enquanto os EUA recentemente dobraram a recompensa por informações que levem à sua prisão para US$ 50 milhões.
Ataques recentes dos EUA teriam atingido pelo menos quatro embarcações suspeitas de transportar drogas, resultando na morte de mais de uma dúzia de supostos traficantes, segundo o presidente americano Donald Trump. No entanto, ele não apresentou evidências concretas confirmando que os alvos eram criminosos.
A escalada de acusações e operações militares aumenta a tensão entre os dois países, com Maduro reforçando a retórica de defesa nacional e alertando para possíveis consequências caso haja intervenção externa.
Especialistas apontam que a ameaça de estado de emergência pode ser usada pelo governo venezuelano como ferramenta política interna, reforçando o controle sobre a população e consolidando sua imagem frente às pressões externas.
O cenário contribui para a deterioração das relações diplomáticas entre Caracas e Washington, em meio a uma série de sanções econômicas e pressões políticas.
Maduro tem buscado apoio de aliados internacionais para fortalecer sua posição, enquanto analistas observam que a situação aumenta o risco de confrontos no Caribe e a instabilidade regional.
A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos, temendo que qualquer escalada militar possa afetar não apenas a Venezuela, mas toda a região latino-americana.