Política
Publicado em 13/10/2025, às 12h02 O novo plano de paz busca encerrar um dos conflitos mais violentos do Oriente Médio, com a promessa de ajuda humanitária e reconciliação. - Imagem gerada por IA Dani Oliveira
O grupo Hamas libertou, nesta segunda-feira (13 de outubro), 20 reféns israelenses que estavam em seu poder desde o início da guerra com Israel.
A libertação faz parte de um novo acordo de cessar-fogo, intermediado por organismos internacionais e países aliados, que busca encerrar um dos conflitos mais violentos das últimas décadas no Oriente Médio.
Segundo o governo de Israel, os reféns foram entregues à Cruz Vermelha Internacional e, em seguida, repassados às Forças de Defesa de Israel (FDI). Todos receberam atendimento médico e psicológico após deixarem a Faixa de Gaza, onde ficaram em cativeiro por quase dois anos.
Troca de prisioneiros e nova tentativa de paz
Em contrapartida à libertação dos reféns, Israel se comprometeu a soltar cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, entre eles 250 condenados à prisão perpétua.
A operação de troca foi acompanhada pela agência Reuters, que relatou o embarque dos detentos em ônibus da Cruz Vermelha, com destino à Faixa de Gaza, à Cisjordânia e a outros países do Oriente Médio.
O novo plano de paz, firmado na última quarta-feira (8), estabelece o fim imediato dos combates em Gaza, a libertação de todos os reféns vivos e a devolução dos corpos das vítimas que morreram em cativeiro. O Hamas, no entanto, solicitou mais tempo para localizar e identificar os corpos restantes.
A Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa humanitária para auxiliar na busca pelos restos mortais e colaborar com o processo de reconciliação.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a Tel Aviv nesta segunda-feira para participar de reuniões com autoridades israelenses e fazer um pronunciamento oficial sobre o acordo.
Entenda: dois anos de guerra e devastação
O conflito entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando o grupo palestino realizou ataques surpresa em território israelense, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 251 reféns.
O episódio desencadeou uma resposta militar intensa de Israel, que bombardeou a Faixa de Gaza em larga escala.
Nos meses seguintes, a guerra provocou uma crise humanitária sem precedentes, com milhares de mortos e feridos, escassez de alimentos, colapso de hospitais e deslocamento em massa de civis. Estima-se que mais de 35 mil palestinos tenham morrido desde o início dos confrontos, segundo agências internacionais.
Tentativas de cessar-fogo e desafios diplomáticos
Desde 2023, diferentes tentativas de cessar-fogo foram mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos, mas poucas duraram mais que alguns dias.
O acordo atual é considerado o mais amplo desde o início da guerra, prevendo a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza e a entrada de ajuda humanitária internacional em larga escala.
Analistas acreditam que, embora o novo pacto represente um avanço, a reconstrução de Gaza e a estabilização da região devem levar anos, exigindo negociações complexas sobre fronteiras, segurança e governança local.