Política
Publicado em 22/07/2025, às 18h10 De acordo com a defesa, a responsabilização de Bolsonaro pela divulgação posterior do vídeo vai além do que foi determinado - Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil BNews Natal
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não violou as medidas cautelares impostas pela Corte e negou ter feito uso de redes sociais, direta ou indiretamente. A manifestação foi enviada nesta terça-feira (22), em resposta à intimação do ministro Alexandre de Moraes.
Moraes realizou a solicitação do esclarecimento após a circulação de um vídeo nas redes sociais em que Bolsonaro aparece exibindo a tornozeleira eletrônica e fazendo declarações políticas, durante visita à Câmara dos Deputados.
O ministro pediu explicações sobre possível descumprimento da decisão judicial que proíbe o uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros.
Resposta dos advogados
Na resposta, os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno alegam que o ex-presidente apenas concedeu uma entrevista presencial e que não teve qualquer participação na publicação do conteúdo online.
“O Embargante não postou, não acessou suas redes sociais e nem pediu para que terceiros o fizessem por si”, diz o texto da defesa.
Defesa diz que entrevista não viola decisão e pede limites claros
Os advogados argumentam que a decisão judicial não impede o ex-presidente Bolsonaro de dar entrevistas, mesmo que o conteúdo acabe sendo reproduzido por terceiros na internet.
“Jamais cogitou que estava proibido de conceder entrevistas, que podem ser replicadas em redes sociais”, afirma o documento enviado ao STF.
De acordo com a defesa, a responsabilização de Bolsonaro pela divulgação posterior do vídeo vai além do que foi determinado. Os advogados solicitam que o Supremo esclareça o alcance da proibição, especificando se ela também inclui a concessão de entrevistas que possam ser transmitidas ou replicadas nas redes.
“A interpretação de que o ex-presidente seria responsável por transmissões e retransmissões de terceiros nas redes sociais extrapola o que está previsto na decisão”, sustentam os advogados.
A defesa ainda informa que Bolsonaro se absterá de qualquer manifestação pública até que o STF defina os limites da medida.
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