Política
Publicado em 18/07/2025, às 15h17 BNews Natal
Após ter sua casa alvo de busca e apreensão autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu nesta sexta-feira (18) que o pen drive encontrado pela Polícia Federal (PF) em um dos banheiros do imóvel teria sido “plantado”.
A corporação também apreendeu dinheiro em espécie e o celular do ex-mandatário, que agora está obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de manter contato com o filho Eduardo Bolsonaro.
Ao comentar a apreensão com jornalistas na sede do PL, Bolsonaro afirmou que “nunca viu” o dispositivo e que nem sequer possui equipamento para acessá-lo.
“Uma pessoa pediu para usar o banheiro, quando voltou, estava com o pen drive na mão. Eu nunca abri um pen drive na minha vida. Eu nem tenho laptop em casa para mexer com isso. A gente fica preocupado”, disse.
Em seguida, porém, amenizou a declaração: “Não estou sugerindo nada. Vou perguntar para a minha mulher se o pen drive era dela”.
“Suprema humilhação” e críticas ao STF
Além de classificar a tornozeleira eletrônica como uma “suprema humilhação”, Bolsonaro voltou a se dizer perseguido e negou envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2022. A PF também realizou buscas na sede do Partido Liberal, como parte do inquérito que investiga uma suposta articulação antidemocrática.
O ministro Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente mantenha distância de Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos. O deputado federal licenciado é acusado de tentar mobilizar apoio internacional e pressionar por sanções ao Brasil, o que, segundo os investigadores, configuraria atentado contra a democracia brasileira.
Eduardo deve permanecer nos EUA, diz Bolsonaro
Sobre o filho, Bolsonaro ironizou a acusação. “Qual crime ele está cometendo nos Estados Unidos? Atentado contra a democracia brasileira no parlamento norte-americano? Não tem cabimento. Se fosse no parlamento do Irã, tudo bem”, provocou.
Bolsonaro disse ainda que Eduardo “deve permanecer nos EUA, senão será preso”, em referência ao avanço das investigações. O deputado comemorou recentemente declarações do ex-presidente Donald Trump sobre tarifas a produtos brasileiros, o que foi visto pela PF como um indício de articulação internacional contra o país.
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