Política
Publicado em 12/08/2025, às 14h12 Reprodução/Internet Giovana Gurgel
O Ministério da Fazenda anunciou nesta segunda-feira (11) a assinatura de acordos com Rússia e China para estabelecer mecanismos permanentes de diálogo econômico e financeiro entre os países.
Publicados no Diário Oficial da União, os entendimentos visam fortalecer a cooperação em fóruns multilaterais como Brics e G20, além de fomentar projetos conjuntos em infraestrutura e meio ambiente.
No acordo com a Rússia, assinado pelos ministros Fernando Haddad e Anton Siluanov, foi criado formalmente um Diálogo Econômico e Financeiro bilateral.
O canal de comunicação, coordenado por representantes de alto escalão dos dois governos, permitirá reuniões presenciais ou virtuais com pautas definidas em consenso, integrando discussões já existentes na Comissão Intergovernamental Brasil-Rússia.
O documento russo-brasileiro destaca sete áreas-chave para a cooperação: políticas macroeconômicas em contextos nacional e global; enfrentamento de desafios econômicos e reformas; cooperação tributária; financiamento de infraestrutura; novas oportunidades bilaterais; atuação conjunta em fóruns multilaterais; e outros temas de interesse mútuo.
Embora não gere obrigações legais nem financeiras, cada lado arcará com seus custos, mantendo a confidencialidade das informações trocadas.
Já o acordo com a China, também assinado por Haddad e pelo ministro Lan Fo’an, dá sequência a compromissos firmados em 2024 e maio de 2025 para alinhar estratégias nacionais de desenvolvimento.
Do lado brasileiro, destacam-se a Nova Indústria Brasil, o PAC, o Plano de Transformação Ecológica e o Programa Rotas da Integração Sul-Americana; do lado chinês, a Iniciativa Cinturão e Rota.
O objetivo da parceria sino-brasileira é impulsionar projetos conjuntos, melhorar a qualidade da cooperação econômica e promover a modernização dos dois países com integração regional sustentável.
A Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) será o principal fórum para coordenar essas ações.
O memorando também ressalta a cooperação financeira, incluindo o apoio da China ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre, iniciativa brasileira voltada à preservação ambiental e com impacto esperado na COP30. Além disso, destaca a importância da contribuição dos países desenvolvidos para a proteção internacional das florestas tropicais.
Assim como o acordo com a Rússia, o documento com a China não possui força de tratado internacional, servindo como marco político para orientar a cooperação estratégica entre as nações.