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Publicado em 15/08/2025, às 14h18 Reprodução/Internet Giovana Gurgel
O Banco do Brasil (BBAS3) registrou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, queda de 60,2% em relação ao mesmo período de 2024 e de 48,7% ante o primeiro trimestre do ano.
O resultado surpreendeu negativamente o mercado, que estimava lucro entre R$ 4,64 bilhões e R$ 5 bilhões, segundo levantamento do E-Investidor.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), indicador de rentabilidade, despencou 1.316 pontos percentuais em um ano, para 8,4%, e 823 pontos percentuais no trimestre, valor inferior até mesmo às projeções mais pessimistas do mercado, que esperava 10,2%, segundo o Goldman Sachs.
Apesar da queda no lucro, a carteira de crédito ampliada do BB avançou 11,2% em 12 meses, totalizando R$ 1,294 trilhão. O crescimento foi puxado principalmente pela pessoa jurídica, que subiu 14,7% para R$ 468 bilhões, enquanto a carteira de pessoas físicas aumentou 8%, para R$ 342,6 bilhões. A carteira do agronegócio teve expansão de 8% no período, chegando a R$ 404,9 bilhões.
O banco fechou o trimestre com R$ 2,437 trilhões em ativos, alta de 3,2% em 12 meses, e a margem financeira bruta foi de R$ 25,1 bilhões, queda de 1,9% na comparação anual, mas alta de 4,9% em relação ao trimestre anterior.
A margem com clientes subiu 12%, para R$ 22,3 bilhões, enquanto a margem com o mercado caiu 51%, para R$ 2,8 bilhões.
No entanto, a inadimplência avançou em todas as carteiras. A taxa de crédito acima de 90 dias ficou em 4,21%, de 3% em igual período de 2024. O atraso acima de 30 dias subiu para 5,92% no segundo trimestre, de 5,53% no primeiro.
Entre pessoas físicas, a inadimplência chegou a 5,59%; na pessoa jurídica, 4,18%; e no agronegócio, 3,49%, contra 1,32% há um ano, gerando preocupação no mercado.
Segundo a presidente do BB, Tarciana Medeiros, o ano de 2025 será de “ajuste para aceleração do crescimento”. A expectativa de lucro anual está entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, com continuidade de investimentos estruturantes e foco no relacionamento com clientes, uso de tecnologia e capacitação da equipe.
O desempenho do agronegócio, um dos principais pilares da carteira, tem chamado atenção devido ao aumento da inadimplência e pedidos de recuperação judicial, enquanto a instituição busca equilibrar expansão de crédito e manutenção da qualidade da carteira.