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O câncer não tem idade: como a fisioterapia dá voz e movimento a pequenos pacientes

A fisioterapia desempenha um papel crucial na reabilitação de crianças com tumores, promovendo qualidade de vida e recuperação funcional  |  Reprodução/Freepik

Publicado em 16/07/2025, às 13h26   Reprodução/Freepik   BNews Natal

Os tumores que acometem o sistema nervoso central (SNC) são considerados os tumores sólidos mais frequentes na infância, podendo ser primários, quando surgem das próprias células nervosas, ou secundários, decorrentes de metástases. As manifestações clínicas variam de acordo com fatores como localização do tumor, idade da criança e características celulares.

Entre os sintomas mais comuns estão dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, alterações motoras e de equilíbrio, dificuldades na comunicação e na deglutição, déficit visual ou auditivo e mudanças no comportamento.

Quando o cuidado começa no diagnóstico

Diante da complexidade dessas condições, a fisioterapia tem papel central na reabilitação, com foco na recuperação funcional e na qualidade de vida. A atuação do fisioterapeuta pode começar logo após o diagnóstico, estendendo-se pelo período pré e pós-operatório.

O trabalho é planejado para melhorar a mobilidade, fortalecer a musculatura, prevenir complicações como úlceras de pressão e contraturas, além de reduzir a dor e promover autonomia.

O tratamento fisioterapêutico é feito de forma integrada com toda a equipe multidisciplinar, o que amplia as possibilidades de ganho funcional e bem-estar. Conforme explica a fisioterapeuta Cinthia Moreno, da Casa Durval Paiva, cada criança deve ser acompanhada considerando suas necessidades específicas, respeitando o ritmo e o contexto de cada família.

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Técnicas que estimulam a independência

Para alcançar esses objetivos, diferentes abordagens podem ser aplicadas. A cinesioterapia, por exemplo, inclui exercícios que vão desde movimentos passivos e alongamentos até treinamento de equilíbrio e coordenação motora. Dependendo da necessidade, podem ser indicados órteses, como coletes de sustentação, ou dispositivos auxiliares, como andadores e cadeiras de rodas.

A hidroterapia, realizada em piscina aquecida, ajuda a facilitar movimentos e aliviar dores, enquanto a eletroterapia contribui para estimular a musculatura enfraquecida. São recursos que, aliados ao acompanhamento constante, tornam o processo mais eficaz e personalizado.

Brincar é parte essencial do tratamento

Mais do que estratégias técnicas, a reabilitação envolve também tornar a experiência leve e prazerosa. Jogos, músicas e brincadeiras são usados para engajar as crianças, tornando o momento terapêutico mais natural e menos cansativo. “Brincar não é apenas uma ferramenta de trabalho, é um direito de toda criança, independente do seu estado de saúde”, destaca Cinthia.

Em muitos casos, desafios surgem ao longo do percurso, como limitações cognitivas e respostas individuais ao tratamento. Por isso, os planos de cuidado devem ser flexíveis e contar com a participação ativa da criança e da família, que são incentivadas a expressar preferências e contribuições sobre as atividades.

Com esse olhar integral, a fisioterapia se torna um alicerce importante no enfrentamento dos tumores do sistema nervoso central, ajudando a transformar dificuldades em novas possibilidades de vida.

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