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Publicado em 11/09/2025, às 12h33 Reprodução/Freepik Giovana Gurgel
No Brasil, 26,3% das mulheres sofrem com sintomas de depressão pós-parto, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O índice supera a média de países em desenvolvimento, que é de 19,8%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quando não tratada, a condição pode se agravar, trazendo sérias consequências para a vida da mãe e até risco de suicídio.
O tema ganha destaque no Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção, com ações reforçadas pela Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio Grande do Norte (Sogorn) para chamar atenção à saúde mental materna.
Durante o puerpério, período que dura entre seis e oito semanas após o parto, o corpo da mulher passa por intensas mudanças físicas, emocionais e sociais. Esse processo, aliado à exaustão e à adaptação à chegada do bebê, pode favorecer o surgimento de quadros depressivos. O alerta é feito pelo presidente da Sogorn, Robinson Dias.
Ele destaca que fatores como ausência de apoio familiar, histórico de violência, uso de álcool ou tabaco na gestação e experiências negativas no parto ampliam o risco. Por isso, a atenção deve ser redobrada nesse momento em que a saúde da mãe exige acompanhamento sensível e contínuo.
O acolhimento da mulher é fundamental para reduzir os impactos da depressão pós-parto. A orientação médica, o apoio psicológico, a escuta sem julgamentos e a divisão de responsabilidades no cuidado com o bebê são medidas que podem fazer diferença.
Segundo Robinson Dias, negligenciar a saúde mental materna transforma-se em um risco grave, mas quando a mãe recebe suporte, as chances de recuperação aumentam.
“Não se trata apenas de cuidar do bebê, mas também de assegurar que a mãe esteja saudável para exercer esse papel”, reforça.
A psicóloga Sydennya Lima alerta que os sintomas podem aparecer de formas variadas, como tristeza persistente, irritabilidade, dificuldade de criar vínculo com o bebê, perda de interesse por atividades antes prazerosas e até pensamentos de culpa ou ideação suicida.
Ela destaca que quanto mais cedo a família identificar as mudanças, melhor será o prognóstico.
“Durante essa fase, a mulher enfrenta inúmeras transformações físicas e emocionais. Ao perceber sinais, buscar ajuda psicológica e psiquiátrica especializada é essencial”, afirma a professora do curso de Psicologia da Estácio.
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