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Publicado em 17/05/2025, às 09h42 Motoristas e cobradores do transporte público de Natal decidiram por unanimidade entrar em greve após rejeitar proposta de empresários. - Reprodução/Governo do RN Aryela Souza
Os motoristas e cobradores do transporte público de Natal aprovaram, por unanimidade, um indicativo de greve durante assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (16), na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro-RN). A decisão veio após a categoria rejeitar a proposta apresentada pelos empresários do setor durante a rodada de negociação referente à data-base 2025/2026.
A paralisação pode ser deflagrada a partir da próxima terça-feira (20), caso não haja acordo na audiência de mediação marcada para as 10h, na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do RN (SRTE/RN).
Reajuste salarial de 8,53%;
Aumento do vale-refeição para R$ 600,00 (reajuste de 36,36%);
Reajuste de 15,5% na mensalidade do plano de saúde.
Em contraproposta, os empresários ofereceram:
Reajuste salarial de 5,53%, dividido em duas etapas: 3,53% a partir de 1º de maio e 2% em 1º de novembro;
Reajuste de 7,5% no vale-refeição e no plano de saúde.
Segundo os representantes do setor patronal, dificuldades financeiras influenciaram a limitação da proposta. Eles alegam que a retração da economia local, os efeitos remanescentes da pandemia e a crescente concorrência com serviços por aplicativos — principalmente motocicletas — impactam diretamente na sustentabilidade do sistema. Além disso, destacam que mudanças mais significativas só serão possíveis com a conclusão da licitação do transporte público, que deve definir um novo modelo de remuneração.
Durante a audiência anterior, realizada na quinta-feira (15), os trabalhadores apresentaram formalmente suas exigências, que foram rejeitadas pelos empresários. A proposta patronal, então, foi levada à assembleia da categoria nesta sexta-feira e recusada por unanimidade.
O diretor executivo do Sintro, Gilvan Silva, afirmou que o sindicato permanece aberto à negociação, mas alertou sobre a possibilidade iminente de paralisação.
"Se não houver acordo no dia 20, nós vamos anunciar para a população que a categoria vai entrar em greve e preparar o edital para publicação”, anunciou.
Uma nova contraproposta, construída coletivamente pelos trabalhadores, será apresentada na audiência de terça-feira. A mobilização continua, e a definição sobre a greve dependerá do resultado da negociação entre as partes.
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