Política
Publicado em 27/05/2025, às 07h27 Dani Oliveira
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja aberta uma investigação sobre sua atuação nos Estados Unidos. Segundo ele, os processos judiciais no Brasil se tornaram um “meio de achaque”.
Para Eduardo, o pedido de apuração tende a reforçar o movimento por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eles estão confirmando tudo aquilo que a gente sempre falou, de que o Brasil é um estado de exceção, que depende do cliente, dos fatos políticos. Eles vão tomar as ações judiciais, que não tem nada mais baseado em lei”, disse.
O processo no Brasil virou um meio de achaque. Um gângster faria igual, um mafioso faria igual. Eles estão deixando isso aí para todo mundo ver, e a cereja do bolo é que eles estão empurrando, pressionando o Trump para estabelecer as sanções”, afirmou.
A fala de Eduardo ocorreu durante seu discurso na CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), nos Estados Unidos. Ele apareceu em um púlpito transparente com o logotipo do evento em destaque, em frente a um fundo azul com o mesmo símbolo. Vestindo terno escuro, com cabelo curto e barba aparada, ele se dirigiu ao público presente.
Antes eu era chacota, hoje sou ameaça à democracia.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 26, 2025
Nos subestimaram é só recentemente acordaram para a gravidade das consequências - por isso estão batendo cabeça.
Hoje o PGR deu mais um tiro no pé e confirmou o que sempre alertei: Brasil vive num Estado de exceção. E ainda… pic.twitter.com/2DpKqpFDDO
O ministro Alexandre de Moraes é o relator do pedido de investigação da PGR, encaminhado a ele por prevenção, já que concentra os inquéritos sobre atos antidemocráticos no país. A decisão deve ser tomada nas próximas horas.
O governo brasileiro interpreta a possibilidade de sanções dos Estados Unidos contra Moraes como um ataque à soberania nacional. Questionado sobre se isso não representaria um problema para o país, Eduardo Bolsonaro afirmou que a decisão caberá ao presidente Lula.
“Se o governo Lula quiser comprar a briga do Moraes e mergulhar o Brasil numa disputa contra os Estados Unidos, onde notoriamente os Estados Unidos é o lado mais forte, isso vai ser uma decisão que a gente tem que deixar claro que é uma decisão do presidente Lula.”
“E nós aí vamos ter que trabalhar o quê? Para trocar de presidente, porque esse presidente não está servindo ao interesse dos brasileiros. O interesse dos brasileiros não se confunde com o interesse do Alexandre de Moraes”, avalia.
Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) veem uma eventual sanção contra o ministro do STF como um possível impulso ao grupo político de Bolsonaro nas eleições de 2026.
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