Política
Publicado em 11/07/2025, às 13h15 BNews Natal
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acreditam que a recente carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ser um indicativo de que o governo norte-americano pode estar preparando o terreno para conceder asilo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro é réu na ação penal que apura tentativa de golpe de Estado no Brasil, que aconteceu após o resultado das eleições de 2022.
Essa ideia cresce nos bastidores da Corte após Trump citar nominalmente Bolsonaro no comunicado divulgado nesta semana e classificar o processo em curso no Supremo como uma "caça às bruxas".
Os magistrados acreditam que a declaração de Trump ajuda a reforçar a retórica de perseguição política, frequentemente utilizada por aliados do ex-presidente Bolsonaro. Tal atitutde pode abrir caminho para um eventual pedido de refúgio político nos EUA.
Postura de Bolsonaro durante a investigação
Mesmo preocupados, os ministros afirmam que, agora, não existem elementos jurídicos que justifiquem medidas mais severas, como a prisão preventiva.
Bolsonaro, de acordo com eles, tem adotado postura colaborativa no processo, participando inclusive de fases em que sua presença não é obrigatória.
Alerta entre os ministros
Mesmo diante dessa situação, a Corte permanece em estado de alerta. O receio é que, com uma eventual condenação, Bolsonaro tente se refugiar na embaixada dos Estados Unidos localizada em Brasília.
Caso isso aconteça, a missão diplomática, por ser considerada uma extensão do território americano, poderia oferecer abrigo ao ex-presidente e até requerer um salvo-conduto para retirá-lo do país.
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O histórico recente aumenta as suspeitas: Bolsonaro permaneceu nos Estados Unidos após a derrota eleitoral de 2022 e, em fevereiro deste ano, abrigou-se por dois dias na embaixada da Hungria após ser alvo de uma operação da Polícia Federal.
O comportamento de um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA, também é uma preocupação para o STF e para Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com fontes ligadas ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, Eduardo tem tido papel central em articulações com autoridades americanas e na propagação de ataques ao Judiciário brasileiro. O entendimento no Supremo é que o cenário pode mudar rapidamente.
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