Política
Publicado em 21/07/2025, às 17h09 BNews Natal
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito para investigar a suspeita de uso de informações privilegiadas no mercado financeiro.
A ação tem como objetivo atender a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e ocorre após indícios de movimentações atípicas envolvendo operações de câmbio, momentos antes do anúncio das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil.
De acordo com a petição, diversas transações em volume expressivo foram registradas poucas horas antes da divulgação oficial das medidas econômicas, o que levantou a suspeita de que dados sigilosos tenham sido utilizados indevidamente no mercado. Essa prática é conhecida como insider trading.
O que diz a AGU
A AGU argumenta que tais movimentações podem ter causado distorções no mercado cambial, impactando diretamente investidores e a estabilidade financeira. O inquérito foi aberto nesta segunda-feira (21).
Decisão de Moraes
Na decisão, Alexandre de Moraes ressaltou que os fatos noticiados sugerem possível acesso prévio a informações sensíveis por parte de pessoas físicas ou jurídicas, com potencial dano ao interesse público.
O ministro também autorizou que a Procuradoria-Geral Federal, órgão que representa a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), adote providências cabíveis, em articulação com outras instituições de controle.
Caso envolver possível elo com Eduardo Bolsonaro
A AGU ainda destacou que os indícios de uso indevido de informação privilegiada se somam a elementos de outra investigação em curso no STF. O caso integra o inquérito que apura a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusado de tentar obstruir a aplicação da lei penal e de pressionar autoridades brasileiras.
De acordo com a petição da AGU, Eduardo Bolsonaro esteve em reuniões com representantes do governo dos Estados Unidos e parlamentares norte-americanos nas semanas anteriores ao anúncio das tarifas.
A avaliação é de que esses encontros, aliados às operações cambiais suspeitas, apontam para um possível cruzamento de interesses políticos e financeiros.
A suspeita é de que a antecipação do conteúdo das tarifas, ainda em fase de negociação entre os países, tenha favorecido grupos com acesso privilegiado às tratativas, configurando crime contra o sistema financeiro nacional.
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Além das investigações criminais, a AGU mencionou que o episódio pode ensejar sanções civis e administrativas por eventuais prejuízos causados ao mercado.
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