Política

PGR afirma que Bolsonaro liderou tentativa de golpe e cita provas documentais

Procurador-Geral da República, Paulo Gonet - Antonio Augusto / STF
Em relação ao ex-presidente, Gonet disse que reuniões, declarações e ameaças de Bolsonaro foram estratégicas para incitar sua militância  |   BNews Natal - Divulgação Procurador-Geral da República, Paulo Gonet - Antonio Augusto / STF
José Nilton Jr.

por José Nilton Jr.

Publicado em 02/09/2025, às 14h26



Nesta terça-feira (2), o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, declarou que existem provas consistentes e suficientes, em forma de testemunhos e documentos, de que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou uma tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder após ser derrotado nas eleições de 2022.

“É inegável que existem ocorrências públicas, planos confiscados, conversações documentadas e patrimônios públicos danificados”, afirmou Gonet, durante sustentação oral no julgamento do STF, que começou na manhã desta terça. 

Planos golpistas e provas materiais

Gonet usou como exemplo o rascunho de um decreto golpista encontrado na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Ele também deu destaque aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior. Ambos confirmaram terem recebido propostas de decretos inconstitucionais durante reunião com Bolsonaro.

De acordo com o procurador, a Polícia Federal apreendeu vários documentos que detalhavam planos para a ruptura institucional, com nomes como Operação 142, Punhal Verde e Amarelo e Copa 2022.

O último documento em questão previa “eliminar” o ministro do STF Alexandre de Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, Geraldo Alckmin. “A acusação não se fundamentou em especulações ou suposições frágeis. Os próprios membros da organização criminosa documentaram praticamente todas as etapas da ação”, frisou.

Discursos e incitação à militância

Em relação ao ex-presidente, Gonet disse que reuniões, declarações e ameaças de Bolsonaro foram estratégicas para incitar sua militância. Ele citou uma reunião ministerial que aconteceu no dia 5 de julho de 2021, em que Bolsonaro aparece em vídeo pedindo ataques contra o sistema eletrônico de votação.

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Outro fato relatado foram os atos de 7 de setembro de 2021. Na Avenida Paulista, Bolsonaro afirmou que “só saio preso, morto ou vitorioso”, em discurso direcionado contra ministros do STF e do TSE. Na visão de Gonet, essas falas revelam “um projeto autoritário” e não devem ser vistas como mero “descontrole momentâneo”.

“O intuito era claro: criar uma desconfiança abrangente em relação ao processo eleitoral, estimular a militância contra os poderes estabelecidos e preparar a população para rejeitar uma derrota nas urnas”, disse.

Apelo contra impunidade

Ao abrir sua manifestação, Gonet fez um apelo pela responsabilização de Bolsonaro e de seus aliados. Segundo ele, punir os envolvidos é “imperativo” para preservar a democracia brasileira.

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