Política
Publicado em 02/06/2025, às 07h49 Redação
Em discurso no 16° Congresso Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), em Brasília, o presidente Lula fez uma afirmação nunca antes vocalizada por ele sobre sobre uma intenção do ministro Alexandre de Moraes.
“Os Estados Unidos querem processar o ministro Alexandre de Moraes porque ele estaria tentando prender um brasileiro [não está claro se se refere ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ou ao jornalista Allan dos Santos] que está no país atuando contra o Brasil constantemente. Mas que história é essa dos EUA quererem negar visto de entrada para autoridades brasileiras e ainda criticar o Judiciário do nosso país? Eu nunca critiquei o sistema de Justiça deles, mesmo com tantas barbaridades e guerras que promovem, tirando vidas. Por que agora resolveram criticar o Brasil?”
Essa declaração se deu após o Departamento de Justiça dos EUA encaminhar ao STF e ao Ministério da Justiça uma carta repreendendo Moraes por determinar que o Rumble bloqueasse o perfil de um usuário que vive no país – o jornalista brasileiro Allan dos Santos.
Lula não diz a quem se refere ao falar de um “cara brasileiro” nos Estados Unidos. Poderia ser o jornalista Allan dos Santos. Há margem para outra interpretação: a de que a pessoa que Moraes quer prender seria o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
No caso de Allan dos Santos — um jornalista que atua de forma crítica em relação ao governo do PT — Moraes emitiu um mandado de prisão por meio da Interpol, a polícia internacional. Só que o governo dos EUA nunca concordou a respeito desse mandado, pois no pedido do STF não está claro qual o crime que Santos teria cometido, exceto fazer críticas à esquerda brasileira –o que é considerado liberdade de expressão na lei norte-americana e não permite a extradição de uma pessoa.
Sobre o caso de Eduardo Bolsonaro
O deputado licenciado é alvo de um inquérito no STF. A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu à Corte em 26 de maio que investigue a atuação de Eduardo nos Estados Unidos. Argumenta que ele vem “reiteradamente e publicamente afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal”.
Moraes determinou a abertura da investigação no mesmo dia (26.mai) para apurar a “conduta delitiva” de Eduardo pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O relator desse processo é Moraes. O ministro do STF está conduzindo com presteza o caso. Nesta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, deve depor à Polícia Federal na próxima quinta-feira (5) a respeito da atuação do filho nos Estados Unidos.
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