Política

Irã ameaça fechar principal via do petróleo mundial em retaliação a ataque dos EUA

Estreito de Ormuz é crucial para exportações de petróleo da OPEP e outros países. - Reprodução/Canva Photos
Medida do Irã pode interromper 30% do petróleo global e causar crise econômica  |   BNews Natal - Divulgação Estreito de Ormuz é crucial para exportações de petróleo da OPEP e outros países. - Reprodução/Canva Photos

Publicado em 22/06/2025, às 14h17   Aryela Souza



Em uma escalada de retaliação aos ataques coordenados pelos Estados Unidos contra suas instalações nucleares, o Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, a via marítima mais importante do mundo para o transporte de petróleo.

A medida, divulgada pela mídia local, interromperia o fluxo de cerca de 30% de todo o petróleo comercializado globalmente, com potencial para causar uma crise energética e econômica de grandes proporções.

Apesar da aprovação parlamentar, o bloqueio ainda não está em vigor. Para isso, precisa passar pelo crivo do Conselho Supremo de Segurança Nacional e receber a autorização final do líder supremo, o aiatolá Khamenei.

A decisão eleva a tensão na região, que é monitorada pela 5ª Frota da Marinha americana, baseada no Bahrein. Os EUA são os responsáveis por proteger a livre navegação comercial no Estreito de Ormuz.

Crise no mercado internacional

O mercado de petróleo já reage com nervosismo ao conflito. O preço do barril registra forte alta desde a última sexta-feira (13), quando começaram as ofensivas. Só no primeiro dia, o salto foi de 8%.

No acumulado, o barril do tipo Brent (referência global) subiu de US$ 69,36 na quinta-feira (12) para US$ 78,74 nesta quinta (19), um avanço de 13,5%.

Já o petróleo WTI (referência nos EUA) saltou de US$ 66,64 para US$ 73,88 no mesmo período, uma alta de 10,9%.

Analistas do JPMorgan afirmaram que, no pior cenário, com o fechamento do estreito, os preços poderiam disparar para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril.

Historicamente, o Irã já ameaçou bloquear o estreito em diversas ocasiões, como em 2019, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo nuclear, mas a ameaça nunca foi cumprida.

O Estreito de Ormuz

Conhecido como a "artéria" do trânsito mundial de petróleo, o Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã. Na sua parte mais estreita, possui apenas 33 km de largura.

Cerca de um quinto de todo o consumo mundial de petróleo passa pelo local. Entre o início de 2022 e maio deste ano, aproximadamente 20 milhões de barris de petróleo fluíram diariamente pelo estreito, segundo dados da plataforma Vortexa.

Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque dependem da via para exportar a maior parte de seu petróleo, principalmente para a Ásia.

Embora a Arábia Saudita e os Emirados Árabes busquem rotas alternativas, a capacidade ociosa em oleodutos existentes para contornar Ormuz é limitada, estimada em cerca de 2,6 milhões de barris por dia, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA.

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