Política
Publicado em 02/06/2025, às 14h04 Redação
A Polícia Federal suspeita que investigados no esquema bilionário contra aposentados do INSS usaram viagens de avião para transportar dinheiro vivo entre Brasília e Belo Horizonte. Um dos alvos é Domingos Sávio de Castro, sócio do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
Desde novembro de 2023, Domingos intensificou os voos para BH — sede das entidades Unaspub e Abrasprev, apontadas como peças-chave na fraude. Os deslocamentos chegavam a ter apenas 24 horas de intervalo e, segundo a PF, coincidem com movimentações financeiras suspeitas.
Call center como fachada
Castro controlava os call centers Callvox e Trustrust, que atendiam aposentados lesados. Ex-funcionários relataram viagens mensais de grupos a Belo Horizonte, com direito a jantares caros, perfumes importados e passeios turísticos. Para os investigadores, o padrão das viagens sugere “logística para transporte de dinheiro físico”.
Rota internacional e suspeita de paraísos fiscais
A PF também mapeou viagens internacionais de Castro — incluindo uma ida relâmpago a Miami via Panamá, acompanhado de Adelino Rodrigues Júnior, gerente do call center. As rotas reforçam suspeitas de movimentações ligadas a contas em paraísos fiscais.
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Rastros bancários
Castro recebeu R$ 4,8 milhões de uma entidade investigada e repassou R$ 1,5 milhão ao sócio. Já Rodrigues Júnior transferiu recursos para a esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, afastado do cargo em abril.
Ao todo, o grupo ligado a Castro movimentou mais de R$ 10,5 milhões, segundo a PF. As investigações seguem em curso no âmbito da Operação Sem Desconto.
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