Política
Publicado em 09/07/2025, às 14h16 BNews Natal
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, revelou que a Favela do Moinho, localizada a menos de três quilômetros da Catedral da Sé, funcionava como um verdadeiro quartel-general das operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na capital paulista.
Segundo a investigação, o grupo liderado pelo traficante Leonardo Monteiro Moja, o “Léo do Moinho”, utilizava a favela para operar antenas de rádio que captavam as frequências da Polícia Militar, permitindo que os criminosos antecipassem as ações policiais na região.
Presença do governo federal e controvérsia sobre a torre
Na última visita à favela, o presidente Lula defendeu a preservação da torre instalada no antigo silo da comunidade, sugerindo que o local fosse transformado em memorial para reconhecer a resistência dos moradores. Em contrapartida, uma análise técnica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP) recomendou a demolição da estrutura por apresentar riscos devido ao estado de degradação.
Durante a visita presidencial, moradores chegaram a exibir uma faixa agradecendo ao presidente, o que gerou repercussão diante das denúncias sobre a atuação do PCC no local.
Cobrança de valores para saída de moradores e ações do governo estadual
O governo de São Paulo, sob comando do governador Tarcísio de Freitas, iniciou operações para a desocupação da favela, com o objetivo de construir um parque público na área, que é propriedade federal. Moradores acusaram as ações policiais de violência e denunciaram que integrantes do PCC estariam cobrando até R$ 100 mil para permitir a saída das famílias, mesmo com o pagamento de ajuda de custo que pode chegar a R$ 250 mil.
O secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que a polícia tem atuado para desmantelar a rede criminosa ligada ao tráfico de drogas na região, com foco na Favela do Moinho, incluindo esquemas de lavagem de dinheiro em hotéis e pensões.
Resposta do governo federal
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) esclareceu que a visita do presidente teve caráter institucional e público, voltado à escuta da comunidade e anúncio de políticas públicas. A interlocução com representantes locais, segundo a pasta, é prática comum e necessária para o diálogo com regiões vulneráveis.
A segurança da comitiva presidencial foi conduzida conforme protocolos rígidos, sem riscos identificados durante a agenda. A nota ainda reforça o compromisso do governo federal com a inclusão social e a promoção de políticas voltadas à melhoria da qualidade de vida dos moradores.
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