Negócios
Publicado em 15/07/2025, às 21h46 BNews Natal
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), comandou nesta terça-feira, 15, duas reuniões com representantes dos setores industrial e agropecuário. Ao lado de outros ministros e secretários, ele recebeu informações detalhadas sobre o impacto da decisão dos Estados Unidos de aumentar para 50% as tarifas de importação sobre produtos brasileiros.
Os empresários presentes demonstraram confiança nas tratativas conduzidas pelo governo federal. Eles também se posicionaram contra eventuais medidas de retaliação, ressaltando que a produção industrial e agropecuária já enfrenta perdas consideráveis com o cenário atual.
Empresários pedem adiamento das tarifas
Durante os encontros, algumas associações sugeriram que o Brasil solicite o adiamento da entrada em vigor das novas tarifas, marcada para 1º de agosto, conforme anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Alckmin ressaltou que o objetivo do governo é trabalhar com agilidade dentro do prazo estipulado, tentando firmar um acordo antes que as novas tarifas passem a valer. "A reunião com o setor produtivo foi muito proveitosa. Ouvimos todos os setores com maior fluxo de comércio com os Estados Unidos; aviação, aço, alumínio, máquinas, têxteis, calçados, papel e celulose.
O que vimos foi um alinhamento em torno da negociação. Eu trouxe a mensagem do presidente Lula de empenho para rever esta situação", declarou o vice-presidente.
Alianças para tentar reverter a decisão
Alckmin também chamou atenção para os dados comerciais entre os dois países. "De janeiro a junho deste ano, as exportações do Brasil para os Estados Unidos aumentaram 4,37% e, no sentido inverso, aumentaram 11,48%. Estamos em um momento de recorde de exportações norte-americanas para o Brasil, quase três vezes mais do que nossas vendas para lá. Estaremos unidos para reverter essa decisão", completou.
Segundo o vice-presidente, o setor produtivo brasileiro se comprometeu a dialogar com parceiros nos Estados Unidos incluindo compradores, fornecedores e empresas do mesmo segmento para discutir os prejuízos causados pelas novas tarifas. Ele alertou ainda que a medida pode gerar efeitos negativos também para os americanos. "Essa relação afeta os dois lados. Pode encarecer produtos e impactar a economia dos EUA. É uma oportunidade, inclusive, para avançarmos em novos acordos comerciais", pontuou.
Agricultura mira na abertura de mercados
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também participou da reunião com os líderes do agronegócio. Ele recordou que, desde o início do governo Lula, uma das missões centrais foi ampliar os mercados para os produtos brasileiros.
Fávaro destacou que já foram abertos 393 novos mercados desde o começo do mandato. Para ele, manter as exportações para os Estados Unidos continua sendo uma prioridade estratégica. Antes do anúncio das novas tarifas, o setor pecuário previa dobrar o volume de exportações de carne neste ano. "O diálogo está aberto do lado brasileiro, com respeito à soberania e muita altivez", afirmou.
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