Política
por Gabi Fernandes
Publicado em 23/08/2025, às 11h28
Na sessão ordinária realizada na quinta-feira (21), a Câmara Municipal de Natal aprovou em primeira discussão o Projeto de Lei nº 759/2023, de autoria da vereadora Camila Araújo (União Brasil). O projeto foi aprovado com substitutivo. A proposta visa proibir a participação de crianças, definidas como as de até 12 anos incompletos, em paradas LGBTQIAPN+ e eventos similares, argumentando que esses ambientes poderiam expô-las à erotização precoce.
O que diz o projeto
Define eventos LGBTQIAPN+ e similares como aqueles que, “sob o argumento de conscientização da população para a causa, expõem crianças a nudez total ou parcial ou ambiente e condutas propícias à erotização infantil”
Estabelece sanções para descumprimento:
A lei garante que o direito a ampla defesa e ao contraditório será garantido em todas as hipóteses de sanções.
Defesa da autora
A vereadora Camila Araújo justifica que a proposta não tem cunho ideológico, mas busca assegurar direitos fundamentais previstos na Constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ela argumenta que crianças não devem assistir a cenas de nudez ou erotização, mesmo que disfarçadas sob a justificativa de conscientização.
“Esse projeto vai garantir que, pelo menos aqui em Natal, as crianças não sejam expostas a ambientes com nudez e erotização precoce. Nosso ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diz em seu artigo 4º que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar a efetivação dos direitos da criança, como o direito à dignidade, ao respeito”, afirma Camila Araújo.
Críticas e controvérsias
A proposta gerou reação imediata de parlamentares:
Brisa Bracchi (PT) criticou o texto por equiparar eventos LGBTQIAPN+ à erotização, reforçando intolerância e preconceito. Para ela, trata-se de um projeto discriminatório que ignora o caráter sociopolítico desses eventos.
“Esse projeto é um absurdo completo, primeiramente porque parte do princípio de que é perigoso para crianças participar de espaços que pregam amor, liberdade e respeito. É um texto preconceituoso, que pretende reforçar a intolerância contra pessoas LGBTs”, disse em entrevista ao Jornal AGORA RN no ano passado, quando o projeto ainda não havia sido aprovado.
Classificação Indicativa: Livre