Política
Publicado em 12/06/2025, às 10h28 Redação
O ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), um dos pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Norte, afirmou nesta quarta-feira (11) que o atual prefeito da capital, Paulinho Freire (União), nunca declarou apoio ao senador Rogério Marinho (PL) para 2026. No entanto, Álvaro disse esperar que o sucessor retribua, no ano que vem, o apoio recebido em 2024.
“O que Paulinho disse foi que vai retribuir o que eu fiz por ele, na campanha de governador”, declarou.
A fala veio após ser questionado sobre os rumores de que Paulinho estaria comprometido com o grupo de Rogério Marinho para as eleições estaduais. Álvaro relembrou que foi o principal apoiador de Paulinho na eleição de 2024, quando ele superou Carlos Eduardo (PSD) e Natália Bonavides (PT), entre outros adversários, na disputa pela Prefeitura do Natal.
“Ele apenas disse que será eternamente grato pelo esforço que a gente fez”, reforçou o ex-prefeito. Segundo ele, Paulinho reconheceu publicamente esse apoio em vários momentos, incluindo na diplomação, posse e comícios de campanha.
Com tom de confiança, Álvaro disse acreditar que, “no momento certo”, o prefeito manifestará seu apoio. “A decisão é dele, mas eu acredito que existe uma possibilidade muito grande de que ele venha a retribuir o apoio que recebeu de nossa parte nessa próxima eleição”, afirmou.
A entrevista, concedida à rádio 98 FM, também serviu como palco para Álvaro marcar com clareza suas divergências com o MDB. Ao relembrar sua saída do partido, o ex-prefeito foi direto: “Saí porque o MDB passou a se compor com a governadora Fátima Bezerra. Eu nunca compactuei com esse governo. Pelo contrário, adotei uma linha de oposição por todos os equívocos cometidos”. Para ele, o MDB “mudou de lado”. “Eu fiquei onde sempre estive”, resumiu.
O ex-prefeito também rebateu declarações do vice-governador Walter Alves, que disse que ele havia sido indicado por Garibaldi Filho como vice-prefeito de Carlos Eduardo em 2016 e que, ao assumir a Prefeitura, teria “pulado para Rogério”. Álvaro contestou a versão: “Não foi Garibaldi quem me indicou. O MDB ouviu várias pessoas e mandou dois nomes: o meu e o de Hermano Morais. Depois recaiu sobre o meu. E saí do partido por convicção, não por Rogério”.
Ao comentar sobre o cenário político de 2026, Álvaro se manteve firme na condição de pré-candidato ao governo, embora admita que a composição final da oposição ainda está em construção. Defendeu a escolha de um nome competitivo, com base na viabilidade eleitoral e na coesão do grupo. Também sinalizou abertura para, eventualmente, disputar o Senado, caso outro nome se consolide na cabeça da chapa.
Sobre uma possível composição com Rogério Marinho e Styvenson Valentim (PSDB), foi taxativo: “Se o nome mais forte for o dele (Rogério), não haverá dificuldade da minha parte. E acredito que o inverso também é verdadeiro. Rogério é de grupo, e o que ele menos quer é a vitória do PT no Estado. O que todos nós também menos queremos”.
Em discurso afiado, Álvaro tem intensificado a agenda de visitas ao interior do Estado, reuniões com lideranças e escuta popular para consolidar seu projeto. “Estou colhendo subsídios para montar um bom programa de governo. O que o povo quer, o que deseja, o que acredita que precisa melhorar no Estado”, disse.
Ele também defendeu o novo Plano Diretor aprovado sob sua gestão, apontando que mais de 80 novos empreendimentos estão em andamento em Natal por conta da mudança na legislação urbanística. “Natal cresceu, se desenvolveu. Foi um dos grandes legados do nosso governo”, disse.
Com mais de uma década de experiência na vida pública, Álvaro tem utilizado o capital político acumulado nos dois mandatos como prefeito da capital para se projetar como nome competitivo em 2026. “Na política, como diz o Eclesiastes, há tempo para tudo. Vamos deixar o tempo no tempo oportuno”, concluiu.
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