Polícia

Filho de juiz teria tido faculdade paga com dinheiro da saúde, diz delator; defesa nega e cita Fies

O juiz Glauco Coutinho Marques, alvo da investigação na Paraíba - Imagem: Reprodução/Instagram
Ministério Público investiga depósitos na conta do juiz, levantando suspeitas de ligação com esquema de corrupção  |   BNews Natal - Divulgação O juiz Glauco Coutinho Marques, alvo da investigação na Paraíba - Imagem: Reprodução/Instagram

Publicado em 28/05/2025, às 14h12   Redação



O juiz Glauco Coutinho Marques, afastado por suspeitas de irregularidades, voltou ao centro de uma nova polêmica. Um operador investigado na operação Pote de Ouro, que apura desvios de recursos públicos da saúde no município de Itabaiana (PB), afirmou em depoimento que parte do dinheiro desviado teria sido usado para pagar a faculdade de medicina do filho do magistrado.

Segundo o investigado, os repasses mensais, entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, eram feitos por meio de cheques entregues à esposa de Glauco, então secretária de Saúde do município. Em um dos casos, o valor chegou a R$ 13,8 mil, acumulado de dois meses. Ainda de acordo com o depoimento, a informação sobre o uso do dinheiro para custear o curso do filho partiu de integrantes do próprio esquema.

O Ministério Público da Paraíba identificou depósitos na conta do juiz, feitos com cheques apresentados na agência do Banco do Brasil de Gurinhém, cidade onde ele atuava. Os investigadores apontam que isso pode indicar uma ligação entre Glauco e o mentor do esquema.


Defesa nega irregularidades

Procurada, a defesa do juiz afirmou que “não há prova de pagamentos periódicos” e que a faculdade do filho foi paga com recursos do FIES, programa federal de financiamento estudantil. Disse ainda que os valores recebidos referem-se a empréstimos contraídos pela esposa do magistrado e que não havia conhecimento da origem ilícita do dinheiro.

Ainda segundo os advogados, o juiz e a esposa “jamais conheceram” o operador que fez as acusações e que as testemunhas de acusação afirmaram não ter qualquer vínculo com o casal. A defesa reforçou a confiança na Justiça e na elucidação dos fatos.


Decisão relâmpago e nova investigação

Além da operação Pote de Ouro, Glauco é investigado na operação Retomada, que apura suposta fraude em decisões judiciais para beneficiar associações envolvidas com descontos indevidos em aposentadorias.

Uma das decisões que mais chamou atenção dos investigadores foi proferida em apenas 16 minutos — num sábado, entre o protocolo e a sentença. Posteriormente, essa sentença foi anulada pela Justiça, que constatou que a maioria dos supostos beneficiários sequer residia no estado da Paraíba.

A defesa também nega qualquer relação entre o juiz e os advogados das associações envolvidas e afirma que não há provas de envolvimento ou favorecimento. Destaca ainda que, mesmo após buscas e apreensões, não foram identificadas transações bancárias ou comunicações entre o juiz e os demais investigados.

O caso segue sob sigilo.

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