Polícia
por José Nilton Jr.
Publicado em 03/09/2025, às 14h36
Nesta quarta-feira (3), o deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva (MDB-RJ), mais conhecido nas redes sociais como TH Joias, foi preso durante a operação Zargun, executada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-RJ). TH é suspeito de atuar de maneira intermediária na compra e venda de armas para o Comando Vermelho, que é principal facção criminosa do estado do Rio de Janeiro.
A ação foi feita em conjunto entre a Polícia Federal, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro. O deputado foi detido em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste do RJ.
Segundo as investigações, o deputado mantinha ligações diretas com líderes do Comando Vermelho em comunidades da zona norte, como Complexo do Alemão, Maré e Parada de Lucas.
Além de armas de grosso calibre, TH também estaria envolvido na venda de drogas e de equipamentos antidrone usados para dificultar operações policiais na região. Em nota oficial, a Polícia Civil afirmou que “o parlamentar usava seu cargo para apoiar o crime organizado”.
O esquema, de acordo com os investigadores, incluía ainda lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras suspeitas e utilização de cargos públicos para encobrir as atividades ilegais.
No total, 14 pessoas foram presas até a manhã de quarta-feira. Foram cumpridos, ainda, 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, autorizados pelas Justiças Federal e Estadual.
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Entre os alvos estão traficantes, assessores parlamentares, policiais militares, um delegado federal e o ex-secretário estadual e municipal do Rio de Janeiro, Alessandro Pitombeira Carracena.
As armas eram trazidas do Paraguai, enquanto os equipamentos antidrone vinham da China, com revenda até para facções rivais.
De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), o grupo contava com divisão de tarefas
TH Joias: facilitava o comércio de armas e drogas. Ele também indicava cúmplices para cargos na Alerj.
Traficante líder: responsável por controlava o caixa da facção e autorizava grandes pagamentos.
Tesoureiro: responsável por guardar drogas e dinheiro, além de intermediar negociações de armas.
Assessor legislativo: fornecia e testava equipamentos antidrone, ensinando outros criminosos.
Esposa do tesoureiro: nomeada para cargo de confiança na Alerj. Ela atuava como ponte entre o tráfico e o Legislativo.
Classificação Indicativa: Livre