Polícia

Caso Adalberto: reviravolta na investigação aponta para homicídio e contradiz depoimento de amigo

Três laudos periciais são aguardados para esclarecer as circunstâncias da morte do empresário em Interlagos. - Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil descarta roubo e acidente na morte de Adalberto, com novas evidências que contradizem testemunhas  |   BNews Natal - Divulgação Três laudos periciais são aguardados para esclarecer as circunstâncias da morte do empresário em Interlagos. - Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 14/06/2025, às 11h45   Aryela Souza



A investigação sobre a morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de 36 anos, cujo corpo foi encontrado no Autódromo de Interlagos em 3 de junho, avança com novas pistas e uma mudança de rumo. A Polícia Civil de São Paulo agora descarta as hipóteses de roubo ou acidente e trabalha com evidências que contradizem o depoimento da principal testemunha.

Um dos pontos centrais da reviravolta é o laudo toxicológico preliminar do Instituto Médico-Legal (IML), que apontou resultado zero para álcool e drogas no organismo do empresário. Esta informação contradiz frontalmente o depoimento de Rafael Aliste, amigo que estava com a vítima antes do desaparecimento.

Rafael havia afirmado em um depoimento de quase seis horas que ambos beberam cerca de oito copos de cerveja e usaram maconha, e que Adalberto estava "muito nervoso, ansioso, agitado, muito eufórico". A delegada Ivalda Aleixo, do DHPP, já havia considerado essa euforia "curiosa" para o efeito de substâncias depressoras. O depoimento de Rafael está sendo analisado pela polícia por meio de "perfilamento criminal".

A diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, foi enfática ao afirmar que as investigações já descartaram duas hipóteses iniciais.

  • Roubo seguido de morte (Latrocínio): Foi descartado porque, apesar de uma câmera GoPro que estava no capacete da vítima ter desaparecido, nenhum outro objeto de valor foi levado.
  • Queda Acidental: Considerada improvável pela forma como o corpo foi encontrado: em pé, dentro de um buraco estreito, e sem a calça, meia e tênis. Segundo a delegada, em uma queda acidental, a vítima teria se debatido ou tentado sair, e não se despiria.

O corpo foi encontrado sem sinais aparentes de agressão, o que leva a polícia a trabalhar com a hipótese de que Adalberto pode ter sido vítima de um golpe "mata-leão", que causa asfixia sem necessariamente deixar marcas visíveis.

Três Laudos e Muitas Perguntas Sem Resposta

Para solucionar o crime, a Polícia Civil aguarda o resultado de três laudos periciais considerados cruciais:

  1. O laudo toxicológico definitivo, para confirmar a ausência ou presença de substâncias e em qual quantidade.
  2. O laudo necroscópico (autópsia), para esclarecer a causa exata da morte.
  3. A análise de DNA do sangue humano encontrado em diversas partes do carro da vítima.

Enquanto isso, a investigação lida com uma série de inconsistências e perguntas ainda em aberto:

  • A Posição do Corpo: Por que Adalberto foi encontrado em pé, parcialmente despido, em um buraco de 2 a 3 metros de profundidade?
  • Sangue no Carro: Qual a origem das manchas de sangue encontradas no assoalho e nos bancos do veículo?
  • Câmera Desaparecida: Por que apenas a câmera GoPro foi levada?
  • Trajeto Interrompido: Se a última vez que foi visto se dirigia ao estacionamento para pegar o carro, por que não há sinais de que o veículo foi movimentado? Isso sugere que ele foi abordado antes de chegar ao carro.

A polícia agora se concentra em traçar o caminho exato de Adalberto. O mistério é adensado pelo perfil da vítima: um empresário com patrimônio milionário, descrito por familiares como uma pessoa tranquila, sem dívidas ou inimizades conhecidas.

Classificação Indicativa: Livre

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