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Sem saída nas estradas: como a logística inteligente pode salvar o agro brasileiro do colapso

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Entenda como a infraestrutura precária e a burocracia impactam a competitividade do agronegócio no Brasil. A saída está na logística inteligente  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik

Publicado em 23/07/2025, às 13h21   BNews Natal



Em um país onde o agronegócio movimenta bilhões e responde por uma fatia expressiva da economia, o escoamento da produção ainda é um gargalo que compromete o crescimento sustentável do setor.

Apesar dos investimentos logísticos somarem cerca de R$ 538 bilhões por ano, o equivalente a 20,7% dos custos totais do agro, os entraves estruturais permanecem como barreiras para a competitividade no mercado internacional.

O armazenamento insuficiente é um dos maiores desafios enfrentados pelos produtores. Hoje, o Brasil consegue estocar apenas entre 60% e 70% de sua produção agrícola, sendo que só 20% dessa capacidade está localizada nas fazendas.

Isso força os produtores a venderem suas safras ao mesmo tempo, pressionando os canais logísticos e obrigando negociações em momentos de baixa nos preços.

Além disso, o modal de transporte dominante, o rodoviário, representa 65% da distribuição agrícola, contra apenas 20% das ferrovias e 15% das hidrovias. Essa dependência das estradas, somada à infraestrutura precária, eleva os custos logísticos para até 40% do valor final dos produtos, índice muito acima da média global.

Burocracia, atrasos e invisibilidade na cadeia logística

A ineficiência também é alimentada por processos manuais e burocráticos, que provocam atrasos em períodos críticos, como as safras. A lentidão pode ser revertida com sistemas de gestão de transportes (TMS), capazes de reduzir em até 85% o tempo de liberação de veículos e em 80% o tempo de faturamento e pagamento.

Outro ponto crítico é a falta de rastreabilidade, que impede empresas de responder perguntas básicas: onde está o motorista, quanto combustível foi consumido ou onde está o comprovante de entrega. Sem essa visibilidade, o planejamento estratégico fica comprometido e a operação perde eficiência.

Mas o cenário começa a dar sinais de mudança. Empresas que adotaram tecnologia logística já observam ganhos expressivos. O uso de sistemas de gestão de armazéns (WMS) pode reduzir em até 30% as perdas por vencimento de produtos e otimizar em até 40% o uso do espaço disponível.

Cases de sucesso mostram que a tecnologia funciona

Na prática, os resultados já aparecem em grandes operações. Um cliente do setor de defensivos agrícolas, por exemplo, utiliza sistemas integrados para gerenciar 47 centros de distribuição, processando 36 mil notas fiscais de entrada e 126 mil de saída, com rastreabilidade completa. No segmento de biodiesel, o gerenciamento digital de pátio chega a 30 mil agendamentos mensais durante a safra.

Estudos mostram que a logística estratégica pode reduzir custos entre 7% e 15% e elevar o nível de serviço de 10% a 30%. Em um mercado cada vez mais competitivo, antecipar essa transformação pode ser a diferença entre crescer ou estagnar.

A conclusão é clara: em um setor que enfrenta desafios crônicos de infraestrutura e eficiência, a digitalização logística deixou de ser tendência para se tornar necessidade urgente.

As empresas que investirem agora estarão preparadas para não apenas sobreviver, mas transformar problemas históricos em oportunidades de crescimento sustentável.

Fonte: Rural Press

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