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Publicado em 10/07/2025, às 13h48 BNews Natal
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou mais uma vez em junho, fechando o mês passado em 0,24%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10).
Com esse registro, a taxa mensal da inflação do país chega a sua quarta queda consecutiva. Isso acontece, principalmente, por causa da primeira deflação no grupo de alimentos e bebidas após nove meses.
Mesmo com o alívio vindo da alimentação no domicílio, que recuou cerca de 0,43% no mês, a inflação continua pressionada por outros setores, especialmente pela conta de luz, que teve um aumento de 2,96%, se tornando o subitem de maior impacto no índice, com contribuição de 0,12 ponto percentual.
Energia elétrica e bandeira vermelha
O principal fator por trás da alta na energia elétrica foi a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
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Essa cobrança adicional reflete a menor geração de energia por hidrelétricas ao fim do período chuvoso e a necessidade de acionar usinas termelétricas,fazendo com que a conta tenha um custo mais elevado.
Alimentação cai após vários meses
O grupo de alimentação e bebidas caiu 0,18% no mês passado, impulsionado pela queda nos preços de produtos como ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). O recuo está ligado à melhoria na safra agrícola, que aumentou a oferta e ajudou a frear os preços.
Mesmo produtos que vinham acumulando altas expressivas, como o café, apresentaram desaceleração: passou de 4,59% em maio para 0,56% em junho.
Outros grupos
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, apenas o de alimentação apresentou queda. Entre os demais destaques:
Habitação: alta de 0,99% (impacto de 0,15 p.p.);
Vestuário: 0,75% (0,04 p.p.);
Transportes: 0,27% (0,05 p.p.), com destaque para o aumento no transporte por aplicativo (13,77%), apesar da queda nos combustíveis (-0,42%);
Educação: estabilidade (0,00%);
Comunicação: leve alta de 0,11%.
O índice de difusão, responsável por medir o percentual de itens com aumento de preço, ficou em 54%, sendo o menor nível desde julho de 2024.
Meta de inflação segue estourada
Mesmo com a desaceleração mensal, o IPCA acumulado em 12 meses alcançou 5,35%, permanecendo pelo sexto mês consecutivo acima do teto da meta do governo, que é de 4,5%.
Perspectivas
Com a inflação mostrando sinais de desaceleração, mesmo que ainda acima da meta, a expectativa do mercado se volta agora para as próximas decisões do Banco Central sobre a taxa Selic.
O desafio permanece em equilibrar o controle da inflação com estímulos ao crescimento econômico em um cenário de pressões pontuais e choques externos.
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