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por Gabi Fernandes
Publicado em 02/08/2025, às 18h58
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia da Argentina avançará 5,5% em 2025, mantendo essa mesmo ritmo em 2026 (4,5%), posicionando o país como um dos destaques de crescimento entre as economias emergentes. O Brasil, por sua vez, deve registrar expansão de 2,3% em 2025, com pequena desaceleração prevista para 2026 (2,1%).
A projeção argentina não sofreu alterações desde abril, e supera não apenas o Brasil, mas também países como México (0,2%) e Rússia (0,9%). Na América Latina, o crescimento médio estimado é de cerca de 2,0% a 2,2% em 2025, com o Brasil ficando ligeiramente acima da média regional.
Para o Brasil, essa projeção representa um avanço em relação às previsões anteriores: em abril, o FMI estimava crescimento de apenas 2,0%. A revisão para 2,3% reflete, segundo a instituição, uma melhora nas condições macroeconômicas do país.
O relatório destaca que o Brasil começou a desacelerar após um ritmo de 3,4% de crescimento em 2024, reflexo de políticas monetárias mais rígidas, redução do apoio fiscal e maior incerteza política global. A médio prazo, o FMI projeta uma recuperação gradual para 2,5% de crescimento, caso as reformas estruturais evoluam — com destaque para a reforma tributária sobre o consumo e aumento da eficiência da economia.
Riscos fiscais e geopolíticos
O relatório observa que o Brasil ainda enfrenta déficits fiscais elevados e dívida pública historicamente alta, o que pode elevar os prêmios de risco de longo prazo exigidos por investidores, impactando os juros futuros e pressionando o crescimento caso essas pressões persistam
Perspectiva global
No cenário global, o FMI revisou a previsão de crescimento para 3,0% em 2025, levemente acima dos 2,8% previstos anteriormente, mas ainda abaixo da média pré-pandemia (3,7%).
Em resumo, o relatório destaca que, embora o Brasil apresente sinais de recuperação moderada, seus números ficam distantes dos alcançados pela Argentina, que desponta como principal ponto de crescimento na América do Sul, exigindo atenção contínua à sustentabilidade fiscal e aos riscos externos.
Na área fiscal, o FMI orienta que novos gastos sejam feitos de forma criteriosa:
-com foco definido
-caráter temporário
-sustentação por medidas compensatórias, como aumento de arrecadação ou redução de despesas em outros setores.
O Fundo também adverte que, sem avanços sólidos em acordos comerciais permanentes, há risco de uma nova onda de tarifas, o que pode prejudicar o crescimento econômico global.
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