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Alta no IOF e reação da FIESP: o que está por trás do embate entre indústria e governo?

Josué Gomes da Silva, presidente da FIESP - Ayrton Vignola / Fiesp
Presidente da FIESP, Josué Gomes, classifica aumento do IOF como um absurdo e promete resistência contra a medida do governo  |   BNews Natal - Divulgação Josué Gomes da Silva, presidente da FIESP - Ayrton Vignola / Fiesp

Publicado em 28/05/2025, às 14h03   Redação



O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Josué Gomes da Silva, fez duras críticas ao aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado na semana passada pelo Ministério da Fazenda. Durante evento da entidade em São Paulo, nesta terça-feira (27), ele classificou a medida como “insensata” e “um absurdo”. Segundo Josué, a FIESP vai “combater fortemente” a iniciativa do governo federal.

“Lutamos 30 e poucos anos para acabar com os impostos indiretos cumulativos. Aí vem o IOF aumentando”, protestou o dirigente, sob aplausos do público presente no auditório da FIESP. A declaração veio dias após o anúncio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre novas diretrizes para o tributo, que incide sobre operações de crédito, câmbio, seguros e investimentos.

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A proposta do Ministério da Fazenda, apresentada na última quinta-feira (22), visava aumentar a arrecadação federal. Porém, a reação negativa do mercado financeiro foi imediata, o que levou o governo a recuar em alguns pontos poucas horas depois. Um deles foi a taxação de 3,5% sobre aplicações de fundos nacionais no exterior – que originalmente eram isentas. A alíquota voltou a ser zerada após o recuo.

Outro ponto polêmico envolveu as remessas ao exterior feitas por pessoas físicas. O ministério esclareceu que, no caso de transferências para investimentos, a alíquota de 1,1% seria mantida – sem alterações. No entanto, foram mantidos os aumentos do IOF sobre compra de moeda estrangeira, uso de cartões no exterior e aportes mensais acima de R$ 50 mil em previdência privada.

A FIESP já havia se posicionado contra as mudanças por meio de nota, alegando que o aumento da carga tributária compromete os investimentos e dificulta a retomada do crescimento econômico. A entidade argumentou que os custos adicionais penalizam ainda mais o setor industrial, já prejudicado pelos juros elevados e pela dificuldade de acesso ao crédito.

“Tais medidas vão na contramão de ações voltadas à retomada da indústria – como o programa Nova Indústria Brasil (NIB) – e à necessidade de preparar o setor produtivo para os desafios do futuro, como a transição energética”, disse o comunicado oficial da entidade.

Além da crítica ao IOF, Josué Gomes voltou a questionar a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,75% ao ano – o maior nível em quase 20 anos. “Todos nós precisamos dar as mãos para que o Brasil tenha taxas de juros normais para um país riquíssimo”, afirmou. Ele comparou o momento atual à mobilização nacional que levou ao sucesso do Plano Real, nos anos 1990.

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