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Você consome chocolate de verdade? Especialista alerta sobre produtos que só imitam o sabor

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No Dia Mundial do Chocolate, descubra como identificar produtos que realmente contêm cacau e evite enganos  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik

Publicado em 07/07/2025, às 12h29   BNews Natal



Celebrado em 7 de julho, o Dia Mundial do Chocolate convida o consumidor a refletir sobre um detalhe muitas vezes ignorado nas prateleiras: nem tudo que parece chocolate realmente é. Produtos que levam no rótulo a expressão “sabor chocolate” podem ter pouco ou nenhum cacau na fórmula e apresentar qualidade nutricional bastante inferior.

A nutricionista Anete Mecenas, doutora em Bioquímica e coordenadora do curso de pós-graduação em Nutrição da Estácio, explica que esses itens apenas simulam o gosto do chocolate original. Para serem classificados como chocolate de verdade, precisam conter no mínimo 25% de sólidos de cacau, segundo regras da Anvisa.

“Se o produto não atinge esse percentual, ele não pode legalmente receber a denominação chocolate, por isso a embalagem traz o termo ‘sabor chocolate’. É uma forma de informar que aquele alimento só lembra o sabor, sem cumprir os requisitos técnicos da categoria”, detalha Anete.

Quando o cacau é substituído

A diferença de composição entre o chocolate verdadeiro e o similar impacta diretamente a qualidade nutricional. Em vez de massa de cacau, manteiga de cacau e cacau em pó, as versões sabor chocolate costumam levar aromatizantes artificiais, corantes, açúcar em excesso e gorduras vegetais mais baratas, como óleo de palma, coco ou soja.

Essa substituição afeta também o preço final. “O cacau, principalmente a manteiga de cacau, é um dos componentes mais caros de todo o processo. Trocar por gorduras vegetais e aromas sintéticos, que custam centavos na indústria, reduz muito o custo de produção”, explica a especialista.

Outro ponto que encarece o verdadeiro chocolate é o processo industrial mais sofisticado. Ele passa por etapas como conchagem, que melhora textura e sabor, e temperagem, responsável pelo brilho e firmeza. Já produtos sabor chocolate, em geral, dispensam essas etapas.

Sabor semelhante, perfil nutricional bem diferente

Para o consumidor, o resultado final pode até lembrar o chocolate pelo paladar, mas carrega diferenças relevantes. “É o que vemos em coberturas de bolos, biscoitos recheados e sorvetes ‘sabor chocolate’. Em muitos casos, há muita gordura de baixa qualidade e aditivos químicos, com pouco ou nenhum cacau, que é naturalmente rico em antioxidantes”, observa Anete.

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A especialista reforça que o consumo não precisa ser proibido, mas deve ser consciente. “Olhar o rótulo é uma atitude de autocuidado. A lista de ingredientes é organizada em ordem decrescente, ou seja, o primeiro item é o que está em maior quantidade no produto”, orienta.

Se o cacau aparece no fim da lista, o teor presente costuma ser mínimo. “Frequentemente, o primeiro ingrediente é açúcar, seguido de gordura vegetal. O consumidor precisa ter clareza do que está levando para casa”, conclui Anete Mecenas.

Classificação Indicativa: Livre

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