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Uma em cada 23 adolescentes vira mãe por ano no Brasil, diz estudo

Entre os anos de 2020 e 2022, mais de 1 milhão de jovens nessa faixa etária tiveram filhos - Reprodução/Internet
O estudo analisou dados de fecundidade adolescente nos mais de 5.500 municípios do Brasil. A pesquisa marca o lançamento de uma nova página  |   BNews Natal - Divulgação Entre os anos de 2020 e 2022, mais de 1 milhão de jovens nessa faixa etária tiveram filhos - Reprodução/Internet

Publicado em 21/07/2025, às 14h34   BNews Natal



Um levantamento realizado de maneira inédita do Centro Internacional de Equidade em Saúde da Universidade Federal de Pelotas (ICEH/UFPel) revelou um retrato alarmante da maternidade na adolescência no Brasil: uma em cada 23 adolescentes entre 15 e 19 anos torna-se mãe a cada ano.

Entre os anos de 2020 e 2022, mais de 1 milhão de jovens nessa faixa etária tiveram filhos. O número de meninas entre 10 e 14 anos que engravidaram passou de 49 mil, sendo todas consideradas vítimas de estupro de vulnerável, de acordo com a legislação brasileira.

O estudo analisou dados de fecundidade adolescente nos mais de 5.500 municípios do Brasil. Os resultados mostram que 22% dessas cidades apresentam taxas comparáveis às de países de baixa renda, um dado que expõe profundas desigualdades regionais e sociais.

Brasil tem média 43,6 nascimentos por mil adolescentes

A taxa nacional de fecundidade adolescente é de 43,6 nascimentos por mil adolescentes, o que é quase o dobro da média observada em países de renda média alta (24 por mil), como o Brasil, e muito acima das taxas dos demais integrantes do BRICS, como Rússia, Índia e China, onde o índice não ultrapassa 16,3 por mil.

“O esperado seria que o Brasil tivesse indicadores similares aos de países de renda média alta, mas o que vemos é um cenário mais próximo ao de nações de baixa renda”, destacou o epidemiologista Aluísio Barros, líder da pesquisa.

"Gravidez na adolescência não é uma escolha, é reflexo da exclusão" 

“Estamos falhando em proteger nossas jovens. A gravidez na adolescência não é uma escolha, mas o desfecho de um contexto de privação e falta de oportunidades. Precisamos de políticas públicas que enfrentem as causas estruturais: pobreza, evasão escolar e a ausência de perspectivas para o futuro”, reforçou Aluísio Barros.

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A pesquisa marca o lançamento de uma nova página do Observatório de Equidade em Saúde, voltada ao monitoramento das disparidades em saúde no Brasil.

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