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Publicado em 17/06/2025, às 20h34 Redação
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgada nesta semana, revelou um dado preocupante: um em cada nove adolescentes brasileiros afirma usar cigarro eletrônico. O levantamento ouviu cerca de 16 mil pessoas com 14 anos ou mais, de todas as regiões do país.
Os dados, que fazem parte do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3), mostram que o número de jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes maior que o de adolescentes que fumam o cigarro tradicional. É a primeira vez que o uso de cigarros eletrônicos entra nesse estudo, que analisou informações entre 2022 e 2024.
Mesmo sendo proibido no Brasil, o acesso aos aparelhos é fácil principalmente pela internet. É o que alerta a coordenadora da pesquisa, a psiquiatra Clarice Madruga, professora da Unifesp.
Segundo ela, além da facilidade de compra, o risco à saúde é alto. A exposição a substâncias tóxicas, como a nicotina, é ainda maior nos cigarros eletrônicos do que nos comuns. Clarice também lamenta a volta do crescimento no uso de cigarros, depois de anos de avanço com políticas antitabagistas iniciadas nos anos 1990.
“A gente teve uma trajetória de muito sucesso com a redução do tabagismo, mas agora estamos enfrentando um novo desafio que virou esse cenário de cabeça pra baixo. O consumo entre adolescentes está muito alto e praticamente invisível”, afirma a pesquisadora.
Quem participou da pesquisa teve a opção de ser encaminhado para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp.
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