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Publicado em 10/07/2025, às 15h44 BNews Natal
O anúncio realizado na última quarta-feira (9) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% a todos os produtos importados do Brasil, repercutiu bastante entre entidades empresariais brasileiras.
Em notas públicas, federações e associações representativas de diversos setores criticaram a decisão do presidente dos EUA. Essas entidades afirmaram que tal medida pode ser classificada como unilateral, sem base econômica e motivada por disputas políticas.
Elas também pediram mais atuação diplomática do governo brasileiro para evitar prejuízos à economia nacional.
O que dizem as federações/associações
Na avaliação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), a medida “ultrapassa os limites da diplomacia” e é fruto de um embate pessoal e ideológico entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A entidade afirmou que “faltam argumentos concretos” que justifiquem a tarifa e lembrou que, na última década, os Estados Unidos acumularam superávit de US$ 91,6 bilhões na balança comercial com o Brasil.
Já Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também criticou o uso de “razões não econômicas” para alterar regras internacionais de comércio e reforçou a defesa da soberania nacional.
Na mesma linha, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) destacou o histórico de cooperação entre os dois países e defendeu a intensificação das ações diplomáticas “em todos os níveis” para manter uma relação econômica saudável.
A Firjan lembrou ainda que os EUA são um dos principais investidores na economia fluminense, especialmente nos setores de energia e bens manufaturados.
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Já a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) alertou para o risco de prejuízos em caso de retaliações apressadas e pediu diálogo com “serenidade e responsabilidade”, sem descartar a necessidade de reavaliar posturas e decisões.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) apelou ao restabelecimento da confiança mútua e ao uso de canais diplomáticos para preservar o ambiente de previsibilidade entre os dois países. “Medidas intempestivas não servem aos interesses de brasileiros ou estadunidenses”, destacou.
A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) mostrou preocupação com a perda de competitividade diante de concorrentes internacionais com tarifas mais baixas, como Itália, Turquia e China.
Para a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), faltou visão estratégica por parte da diplomacia brasileira para antecipar o impacto da medida. A federação defendeu que o governo articule uma resposta técnica e ampla, com participação de ministérios e do setor produtivo.
Por fim, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) lamentou o que chamou de “grave retrocesso” e enfatizou o papel estratégico do Brasil como fornecedor do maior mercado consumidor mundial da bebida.
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