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Publicado em 30/05/2025, às 13h40 Redação
A primeira etapa do seminário Carta Nordeste, realizado nesta quinta-feira (29) no Recife, reuniu intelectuais, gestores públicos e lideranças sociais para debater medidas sustentáveis e inclusivas para o crescimento do Nordeste. Superintendente do IBAMA no Rio Grande do Norte, o professor Rivaldo Fernandes defende um modelo alternativo para o desenvolvimento da região.
O seminário contará com mais duas etapas (Salvador e Fortaleza), e as discussões servirão de base para a construção de um documento propositivo — a CARTA NORDESTE — que será entregue às autoridades como contribuição concreta para uma nova agenda regional.
Promovido pela Fundação Getúlio Vargas Pernambuco, o seminário contou com a presença de vários estudiosos sobre desenvolvimento regional, entre eles a professora Tânia Barcelar, voz importante no desenvolvimento regional do Nordeste. Do Rio Grande do Norte, um dos destaques foi a participação do professor Rivaldo Fernandes, que integra e coordena as atividades do Grupo Pensar RN — uma iniciativa que vem se consolidando como um dos principais fóruns de formulação de políticas públicas alternativas para o RN.
Grupo Pensar RN
O Grupo Pensar RN, que é composto por pesquisadores, técnicos, ambientalistas, lideranças sociais e gestores públicos, avança agora para uma nova fase: a de elaboração e sistematização de uma proposta alternativa de desenvolvimento para o Rio Grande do Norte. O documento, que será finalizado nos próximos meses, propõe um modelo de desenvolvimento sustentável, socialmente justo e economicamente dinâmico, alinhado aos desafios e potencialidades regionais.
De acordo com o professor Rivaldo Fernandes, o objetivo da proposta é promover um debate qualificado, que ultrapasse os limites do planejamento tradicional e coloque em evidência temas como a transição ecológica, o fortalecimento das economias locais, a preservação ambiental e a inclusão social. “Nosso trabalho é propor um modelo que seja realmente alternativo, dialogando com as universidades, movimentos sociais, associações empresariais e entidades que pensam o desenvolvimento do estado, de modo a construir um pacto em torno de um projeto transformador”, enfatisou Rivaldo, durante sua fala no seminário.
O Grupo Pensar RN vem promovendo encontros, oficinas e grupos de trabalho desde o ano passado, envolvendo especialistas em áreas estratégicas como energia renovável, economia solidária, agricultura familiar, proteção dos biomas e infraestrutura inclusiva. Agora, com a sistematização das ideias e diagnósticos acumulados, o grupo entra na etapa de redação de um documento orientador, que será apresentado e discutido em uma ampla rodada de debates nas universidades públicas e privadas, além de fóruns com personalidades políticas, representantes do setor produtivo e entidades da sociedade civil.
Para Rivaldo Fernandes, a participação no seminário Carta Nordeste foi essencial para reforçar o compromisso do grupo com uma visão integrada e regionalizada do desenvolvimento.
“É fundamental que o Rio Grande do Norte se insira no debate sobre o futuro do Nordeste, articulando suas especificidades com as agendas comuns da região, como o combate às desigualdades, o enfrentamento das mudanças climáticas e o fortalecimento das políticas públicas”, ressaltou o professor.
O seminário também discutiu experiências exitosas de outros estados nordestinos, iniciativas de desenvolvimento territorial sustentável, políticas de convivência com o semiárido e estratégias de proteção aos biomas ameaçados, como a Caatinga e a Mata Atlântica.
Ao final do evento, os organizadores anunciaram que a "Carta Nordeste" resultante do seminário será encaminhada aos governos estaduais e ao governo federal, como subsídio para o aperfeiçoamento das políticas de desenvolvimento regional.
Próximos passos
Nos próximos meses, o Grupo Pensar RN pretende intensificar os debates com a realização de seminários regionais, audiências públicas e reuniões temáticas. A ideia é que a proposta alternativa seja um instrumento coletivo, resultado de uma construção participativa e democrática.
“Nosso compromisso é garantir que o Rio Grande do Norte tenha uma voz ativa e inovadora nas discussões sobre o futuro do RN e supere a ausência de um debate qualificado sobre o futuro do estado nas eleições a cada 4 anos e prepara uma proposta de desenvolvimento para as próximas 5 décadas”, concluiu Rivaldo Fernandes, reforçando que o grupo se coloca à disposição para dialogar com todos os setores da sociedade e o próximo evento desta nova fase será na região do vale do Assu onde o grupo pretende conhecer a proposta liderada pela UERN através do professor Raimundo Inácio, geógrafo e especialista em desenvolvimento.
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