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“Pré-diabetes: o último aviso antes da doença sem volta”. Saiba o que fazer

Imagem “Pré-diabetes: o último aviso antes da doença sem volta”. Saiba o que fazer
Entenda como a pré-diabetes afeta milhões de brasileiros e descubra se é possível reverter essa condição antes que se torne diabetes tipo 2  |   BNews Natal - Divulgação

Publicado em 14/07/2025, às 20h32   BNews Natal



A condição clínica em que os níveis de açúcar no sangue estão mais altos que o normal, mas não o suficiente para diagnosticar diabetes tipo 2, é conhecida como pré-diabetes. O estágio é considerado a última etapa para evitar a doença metabólica e acomete cerca de 16 milhões de brasileiros. Mas afinal de contas, é possível reverter esse quadro antes do adoecimento crônico?

A boa notícia é que SIM! Estudos mostram os efeitos de mudanças nos hábitos de vida relacionados ao processo de reversão. E o primeiro passo é detectar o problema.

Tudo começa com a medição da glicose que indica o estágio. Se a glicemia em jejum for igual ou superior a 126 mg/dL ou se a hemoglobina glicada (HbA1c) for igual ou superior a 6,5%, diagnostica-se o diabetes tipo 2. Perto disso, o chamado pré-diabetes, com níveis entre 100 e 125 mg/dL em jejum.

É nessa fase anterior que há chances de reverter o quadro e não cair no adoecimento crônico. Mas as informações nem sempre chegam e tampouco mobilizam os brasileiros.

Estima-se que nos próximos cinco anos, de cada quatro pessoas com pré-diabetes, pelo menos uma ultrapasse o ponto do não retorno, duas permanecem na condição de risco e uma consegue voltar para os níveis normais de glicose.

Segundo Fernando Valente, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a orientação é ficar monitorando. Inclusive, nos casos de reversão nos quais as métricas mais usadas são estar com hemoglobina glicada abaixo de 6,5% e sem necessidade de tratamento farmacológico por pelo menos três meses.

Mas a pessoa precisa continuar fazendo visitas regulares ao médico, a triagem das complicações associadas, como a pressão alta e o colesterol, avaliar o fundo de olho e o funcionamento dos rins. “É importante dizer que os pacientes podem voltar às taxas normais, mas eles continuarão tendo diabetes e todos esses riscos associados à doença”, destaca.

MUDANÇA DE HÁBITOS

A mudança de hábitos é uma receita unânime. Estudo publicado neste mês na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, trazido em reportagem especial do Jornal Correio Brasiliense, mostra que a adoção de um estilo de vida saudável supera a ingestão de medicamentos na prevenção do diabetes tipo 2. E a proteção é a longo prazo: por mais de 22 anos.

Para chegar a essa conclusão, a equipe do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, avaliou os dados do Programa de Prevenção de Diabetes dos EUA (DPP), iniciado em 1996 com 3.234 pré-diabéticos que avaliou os benefícios da metformina — à época, recém-aprovada no país para o tratamento do diabetes — e de um regime de modificação do estilo de vida que incluía prática de exercícios e dieta saudável.

Três anos depois, os resultados mostraram redução no aparecimento de diabetes de, respectivamente, de 31% e 58%. A nova análise indicou taxas de 17% e 24%. “Em três anos, eles tiveram que interromper o estudo porque o estilo de vida era melhor do que a metformina. Isso significa que o estilo de vida, no qual todos apostam, é mais eficaz”, ressalta Vallabh “Raj” Shah, um dos autores do estudo.

Esse estudo, considerado um “divisor de águas” no manejo do pré-diabetes, voltou ao centro do debate no mês passado, em Chicago. Especialistas destacam que a prática regular de exercícios físicos reduz a mortalidade por diabetes.

“Se a pessoa com obesidade e sedentária passar para o estágio de sobrepeso, tratando a obesidade, mas seguindo sedentária (com medicamento, por exemplo), ela tem uma redução de 25% na mortalidade. Agora, se ela perder esse mesmo peso e passar a fazer exercícios físicos, atendendo àquela recomendação da OMS de 150 minutos de exercício de intensidade ao menos moderada por semana, essa redução é dobrada”, explica Fernando Valente.

pessoas caminhandoCAMINHADAS AJUDAM

Aos sedentários, uma estimativa da associação americana também pode servir de estímulo para se distanciar do ponto de inflexão do diabetes tipo 2. Segundo a ADA, dedicar de cinco a seis minutos do dia a caminhadas com passos rápidos aumenta em quatro anos a expectativa de vida.

Só no ano passado, a doença matou 3,4 milhões de pessoas no mundo, segundo a Federação Internacional de Diabetes. No Brasil, foram 111 mil vítimas — o equivalente a 304 óbitos por dia.

MÁ ALIMENTAÇÃO AUMENTA O RISCO

Um estudo apresentado no congresso científico da Associação Americana de Diabetes (ADA) deste ano de 2025 analisou as tendências de mortalidade por diabetes e doença renal crônica (DRC) atribuída ao consumo de bebidas açucaradas entre jovens adultos, com 25 a 29 anos.

Os óbitos globais associados à ingestão de produtos como refrigerantes, sucos de frutas industrializados e bebidas energéticas subiram de 27.286 em 1990 para 74.657 em 2021, sendo que as duas enfermidades estão entre as principais causas da mortalidade.

As projeções feitas pelos pesquisadores do Hospital Tongren de Pequim, afiliado à Universidade Médica da Capital, na China, indicam aumentos substanciais na mortalidade por DRC (165%) e diabetes (73%) entre adultos jovens até 2051. A equipe sugere a adoção “urgente de intervenções direcionadas”.

JOVENS BRASILEIROS

No Brasil, a obesidade cresce rapidamente entre crianças e adolescentes, já atingindo mais de 10% dessa população. Ela aumenta muito o risco de doenças como diabetes tipo 2, pressão alta, gordura no fígado e problemas nas articulações.

Quanto mais jovem é o pré-diabético mais cedo a chance de desenvolver as suas consequências, que são o diabetes em si e doenças cardiovasculares, em específico a arterosclerose.

A conclusão é simples: monitore, pratique atividade física e tenha hábitos saudáveis de alimentação. A pré-diabetes tem reversão a diabete crônica não. Cuide-se!

Classificação Indicativa: Livre

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