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"PM ignorou plano e deixou vândalos invadirem Brasília", afirma delegado réu por 8 de janeiro

Durante o depoimento, Oliveira tentou reconstruir os passos que deu no dia da invasão - Joedson Alves/Agência Brasil
O delegado é um dos seis réus do chamado "núcleo 2" da trama golpista, apontado pela PGR como o grupo de assessores de alto escalão  |   BNews Natal - Divulgação Durante o depoimento, Oliveira tentou reconstruir os passos que deu no dia da invasão - Joedson Alves/Agência Brasil

Publicado em 24/07/2025, às 15h26   Júnior Teixeira



O delegado da Polícia Federal Fernando de Souza Oliveira negou, nesta quinta-feira (24), ter se omitido durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Ele é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participação na tentativa de manter Jair Bolsonaro no poder.

Fernando de Souza Oliveira afirmou que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) descumpriu um planejamento previamente definido para proteger os prédios da Praça dos Três Poderes, como o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto.

Não sei por que a PM não cumpriu nada que foi estabelecido no PAI [Plano de Ação Integrada], disse Oliveira durante seu interrogatório.

Na época, ele era secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF e estava à frente da resposta imediata aos atos antidemocráticos.

O delegado é um dos seis réus do chamado "núcleo 2" da trama golpista, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o grupo de assessores de alto escalão responsável por gerenciar ações operacionais para reverter o resultado das eleições de 2022.

Réu nega omissão e responsabiliza PM por falhas

Durante o depoimento, Oliveira tentou reconstruir os passos que deu no dia da invasão. Ele relatou ter inspecionado pessoalmente a área da Esplanada dos Ministérios por volta do meio-dia e disse ter sido tranquilizado pelo comando da PM sobre a segurança do local.

Mais tarde, ao perceber que os manifestantes ultrapassavam as barreiras e invadiam o Congresso, afirmou ter acionado imediatamente o gabinete de crise.

“Assumo o gabinete de crise, aciono o governador para pedir Força Nacional. Peço desesperadamente o reforço das tropas no STF e no Planalto, porque já estavam entrando no Congresso e eu queria salvar os outros prédios dos Três Poderes”, relatou.

Viagem do então secretário de Segurança

O delegado ainda afirmou que nem ele, nem o governador do DF, Ibaneis Rocha, foram informados com antecedência sobre a viagem internacional do então secretário de Segurança, Anderson Torres, realizada mesmo com alertas sobre possíveis atos violentos.

Acusação de golpe e manipulação de dados

Fernando de Souza Oliveira responde a cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Além da acusação de omissão no 8 de janeiro, ele também foi denunciado por supostamente ter atuado para produzir, no Ministério da Justiça, relatórios que vinculassem o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao crime organizado. 

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