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Publicado em 29/06/2025, às 11h19 Gabi Fernandes
O governo da Argentina anunciou, nesta quinta-feira (26), que desde o início do mandato de Javier Milei já foram eliminados mais de 50 mil cargos no setor público, o que teria gerado uma economia anual de US$ 2 bilhões para os cofres do país.
A informação foi divulgada pelo ministro da Desregulação e Transformação do Estado, Federico Sturzenegger, durante discurso em um congresso do partido Liberdade Avança. Segundo ele, as demissões não afetaram significativamente a prestação de serviços públicos.
“Em maio superamos as 50 mil desvinculações desde que Javier [Milei] chegou ao governo, sem afetar realmente muito os serviços que temos dado”, afirmou o ministro, acrescentando que os cargos cortados “infelizmente não tinham muita utilidade”.
Um gráfico apresentado por Sturzenegger mostra que, entre dezembro de 2023 e maio de 2025, foram encerrados 50.591 postos de trabalho. A maior parte na administração pública (29.499), seguida por empregos em empresas estatais (15.592) e nas forças armadas e de segurança (5.500).
“Continua a motosserra. Lembremos que cada peso que o Estado economiza é um peso a menos de impostos que nós, cidadãos, pagamos”, publicou o ministro em suas redes sociais.
As medidas, no entanto, têm sido fortemente criticadas por sindicatos, que denunciam a precarização dos serviços e perda de direitos. Para Rodolfo Aguiar, secretário-geral da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE), as demissões representam um “desmonte das políticas públicas”.
“As rescisões ilegais do Estado se traduziram em uma fenomenal perda de direitos para toda a sociedade”, afirmou Aguiar à CNN. Como exemplo, ele cita a redução da estrutura do Serviço Meteorológico Nacional, o fechamento de unidades da Previdência Social e cortes na área da saúde.
“O desfinanciamento e a demissão de trabalhadores do ministério da Saúde provocaram a redução da cobertura vacinal, da equipe do Instituto Nacional do Câncer e da qualidade dos serviços, além de sobrecarregar os profissionais que permanecem”, completou.
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