Geral

Figo é fruta? Entenda por que o alimento gera polêmica entre veganos

Freepik
Saiba como o figo se forma e a importância da vespa na polinização, além das implicações para veganos  |   BNews Natal - Divulgação Freepik

Publicado em 04/06/2025, às 15h07   Redação



O figo é doce, macio, crocante por dentro e cheio de curiosidades. Apesar de muita gente pensar o contrário, tecnicamente ele não é uma fruta, mas sim uma inflorescência — um tipo especial de estrutura vegetal que abriga centenas de pequenas flores no seu interior.

E o que isso tem a ver com a polêmica entre veganos? A resposta está na forma como o figo se desenvolve na natureza: ele depende de uma relação simbiótica com um inseto, a vespa-do-figo, para completar sua polinização. Esse processo natural levanta discussões éticas na comunidade vegana, e há quem opte por excluir o alimento da dieta.

Como o figo se forma?
Diferente das frutas tradicionais, o figo se desenvolve de dentro para fora. O que se vê externamente é uma espécie de receptáculo oco, e as flores estão escondidas dentro dele. Para que cada uma dessas flores se torne um pequeno fruto (chamado de aquênio), é preciso que uma vespa entre no figo para fazer a polinização.

O ciclo é assim: a vespa fêmea entra no figo por uma abertura estreita, deposita seus ovos, espalha o pólen e morre. Seu corpo é digerido por enzimas da própria planta, como a ficina, e acaba sendo absorvido pelo figo.

Essa simbiose é considerada natural e livre de sofrimento, mas alguns veganos veem a presença do inseto no processo como um tipo indireto de consumo animal — e por isso evitam comer figos. Outros, no entanto, argumentam que não há exploração ou crueldade envolvida, e o consideram um alimento vegano.

Leia também:

Nem todo figo envolve vespas
Apesar da associação com o inseto, nem todos os figos têm vespas em sua composição. Muitas variedades cultivadas no Brasil, como a Ficus carica hortensis, não dependem da polinização animal. Essas plantas geram frutos por partenocarpia, ou seja, sem fecundação, e suas sementes são estéreis.

Além disso, a estaquia, técnica em que se usa um pedaço da planta para criar novas mudas, é o método mais comum para cultivo comercial. Ou seja: a maioria dos figos vendidos no Brasil não contém vespas.

Mesmo nas variedades polinizadas, os insetos tendem a morrer em figos masculinos — que não são consumidos. Já nas plantas femininas, a estrutura interna é longa demais para que a vespa consiga depositar seus ovos. Isso significa que, na prática, quase nenhum figo que chega à mesa humana contém insetos inteiros.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp


Whatsapp floating

Receba as notificações pelo Whatsapp

Quero me cadastrar Close whatsapp floating