Ex-estrela do pornô gay vira líder religioso e denuncia: “Já fui assediado por pastores”

Moisés Cavalcante, hoje com 36 anos, virou assunto nas redes sociais depois que um vídeo sobre sua história viralizou no TikTok. Conhecido anteriormente no meio do entretenimento adulto como Fernando Albuquerque, ele resolveu compartilhar como tem sido sua caminhada após abandonar os filmes pornôs.

O conteúdo foi publicado pelo criador Diego Úvida e repercutido pelo portal Extra. Desde então, muita gente passou a procurar o paradeiro do ex-ator, que agora se apresenta como pastor e atleta de jiu-jitsu.

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Recomeço com kimono e Bíblia

Faixa preta e campeão mundial pelo SJJIF Worlds, Moisés vive atualmente uma rotina religiosa, mas nem tudo são flores. Ele afirma que mesmo dentro da igreja sofre assédio. “Pastores já deram em cima de mim querendo ter relações sexuais comigo para eu ter regalias dentro da igreja, receber dinheiro dentro da igreja. Mas eu não aceito dinheiro sujo”, contou.

Longe das competições por falta de patrocínio, ele desabafa que perdeu apoio financeiro importante por causa do passado. “Eu tinha patrocinadores gigantescos… agora estou sem competir há alguns meses por falta de dinheiro”, disse. “Tudo o que eu fiz foi porque eu não tinha uma visão, um horizonte. Eu não sabia para onde ir. Eu não tive um ensinamento de pai e de mãe sobre o que fazer e para onde ir. Eu não tive amigos para me aconselhar.”

Religião, julgamento e preconceito

Quando o assunto é sua sexualidade, Moisés é direto. Ele afirma que nunca foi gay e que tudo nos filmes era apenas atuação. “Era só filme… não é porque eu fiz um filme adulto que aquilo ali é verdade. Nada daquilo ali é verdade”, declara. Mesmo assim, o julgamento continua a acompanhá-lo. “Até hoje eu sofro muito preconceito, isso dentro e fora do esporte, até mesmo dentro da igreja eu sofro”, desabafa.

Ele diz já ter sido traído por pessoas que se diziam da fé, mas segue firme no seu caminho espiritual. Para ele, a hipocrisia religiosa ainda é um dos grandes problemas que enfrenta. Mesmo com tudo isso, Moisés não desistiu de tentar um recomeço.

Uma nova missão: acolher pelo esporte

Sem emprego e longe dos holofotes, Moisés agora sonha em abrir sua própria academia de jiu-jitsu. Mais do que ensinar técnicas de luta, ele quer criar um espaço seguro para pessoas LGBTs que se sentem reprimidas no meio esportivo. “Tem muita gente no jiu-jitsu que são encubados por medo, medo de retaliações”, afirmou.

Ao final do seu relato, Moisés fez um apelo para que o público o acompanhe nas redes sociais e conheça seus novos projetos. Longe das câmeras e mais próximo da fé, ele tenta recomeçar com propósito e acolhimento.