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Durante quase um ano e meio como refém do Hamas na Faixa de Gaza, o israelense Omer Shemtov, 22 anos, enfrentou fome, tortura psicológica e o medo constante da morte.
“Eu sempre acreditava que deveria voltar para casa, não pensava que ia morrer, mas estava pronto para morrer”, disse em entrevista ao Metrópoles durante visita a São Paulo.
O sequestro ocorreu em 7 de outubro de 2023, quando Omer, então com 20 anos, participava de uma rave em uma área rural próxima à fronteira israelense. Mais de 4 mil pessoas estavam na festa de música eletrônica, que foi atacada pelo Hamas.
Cerca de 1,2 mil morreram, e aproximadamente 250 foram levados como reféns para Gaza, a apenas cinco quilômetros do local.
Durante os 505 dias presos, Omer ficou em condições extremas: uma jaula tão pequena que mal podia se mover, quase dois meses em completa escuridão, alimentação restrita a pão fracionado e água salgada, e mais de 90 dias sem banho.
“Eu podia sentir a sujeira na minha pele”, relata. Além do sofrimento físico, a tortura psicológica era constante, com os terroristas afirmando que sua família havia esquecido dele.
Mesmo sem religiosidade antes do sequestro, Omer encontrou consolo na fé.
“Comecei a conversar com Deus. Mesmo no escuro, eu conseguia ver uma luz, ouvir orações. A energia que recebi me ajudou a suportar tudo”, afirmou.
Na noite do ataque, Omer usava uma camisa da Seleção Brasileira, em homenagem ao ex-jogador Ronaldo Fenômeno, sua “camisa da sorte”. Apesar do trauma, mantém o carinho pelo Brasil.
“Adoro as cores, a vibe, a energia. As pessoas são calorosas, felizes, e o ambiente é incrível”, disse, animado para conhecer praias, o mar e o futebol brasileiro em futuras visitas.
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