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Publicado em 09/05/2025, às 17h58 Redação
Diante do surto de intoxicação alimentar registrado em Natal após o consumo de peixes em um restaurante, a professora Odisséia Gaspareto, do curso de Controle Ambiental do IFRN, especialista em Vigilância Sanitária e Segurança dos Alimentos, conversou com o BNews Natal e fez um alerta sobre os riscos associados ao consumo de pescado.
A causa do surto ainda está sendo investigada, mas há indícios que apontam para uma possível contaminação por ciguatoxina — substância altamente tóxica produzida por microalgas em recifes de coral e que pode provocar a chamada ciguatera. “Pode ser sim. A ciguatera é uma doença de origem alimentar proveniente de peixes contaminados com a ciguatoxina. Esses peixes não são afetados pela toxina. Mas a ciguatoxina é prejudicial a nós, humanos, o que representa um risco à saúde”, explicou.
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A professora lembra que as intoxicações alimentares podem ser provocadas por perigos biológicos, químicos ou físicos, e que a contaminação pode ocorrer em diferentes etapas, desde a origem do pescado até sua manipulação no restaurante:
A segurança dos alimentos é essencial. O comercio de peixe geralmente é bem cuidadoso em relação à conservação, pois se trata de um produto altamente perecível. Quando o processo de putrefação se inicia, toxinas podem ser formadas e causar sérios prejuízos à saúde de quem consome.
A atuação da Vigilância Sanitária em surtos como este é fundamental. Segundo Gaspareto, o órgão é responsável por investigar a origem do surto, coletar amostras do alimento suspeito e encaminhá-las ao Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública). Tanto a vigilância epidemiológica quanto a ambiental podem ser acionadas, dependendo da gravidade do caso. “Se necessário, pode-se emitir uma nota de atenção à população e até determinar a retirada do produto de circulação”, acrescenta.
Para os consumidores, a professora recomenda atenção redobrada ao consumir peixe fora de casa:
É fundamental observar a higiene do local, dos manipuladores e verificar sinais de frescor do peixe: olhos salientes e brilhantes, guelras avermelhadas, escamas bem aderidas e odor característico. No caso da ciguatera, infelizmente, não há como saber se o peixe está contaminado. Nesse caso, o ideal é procurar atendimento médico rapidamente. Os sintomas podem aparecer horas depois da ingestão.
O caso segue sendo investigado pelas autoridades de saúde, que já coletaram amostras no restaurante e aguardam análise laboratorial para confirmar a causa do surto.
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