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Publicado em 07/05/2025, às 10h20 Redação
O ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU), passou a ser citado em meio às investigações sobre o esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS — um esquema que, segundo estimativas da Controladoria-Geral da União (CGU), desviou mais de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024.
Cedraz é suspeito de ter favorecido o avanço do esquema ao dispensar mecanismos de segurança como o reconhecimento facial e a assinatura eletrônica, exigências que garantiriam a autorização explícita dos beneficiários para descontos de mensalidades sindicais. Além disso, o ministro teria retirado o tema da pauta do TCU em pelo menos cinco ocasiões, atrasando ações de controle e investigação sobre o caso.
Histórico de investigações
Tanto Aroldo quanto seu filho, o advogado Tiago Cedraz, têm histórico de envolvimento em investigações da Polícia Federal. Em 2017, Tiago foi alvo da Operação Abate II, um desdobramento da Lava Jato que apurava pagamentos de propina em contratos da Petrobras. À época, teve contas bloqueadas por ordem do então juiz Sergio Moro.
Em 2018, Tiago voltou a ser investigado, dessa vez por envolvimento em fraudes no Ministério do Trabalho. Embora tenha sido mantido em liberdade, seu sócio, Bruno Galeano, chegou a ser preso por ordem do STF.
Já em 2019, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), pediu o afastamento de Aroldo Cedraz do TCU por suposto tráfico de influência — o plenário, porém, rejeitou o pedido por 3 votos a 2.
Relações sindicais
O esquema de fraudes, conforme apurou a CGU, envolvia também a atuação de sindicatos que descontavam valores sem autorização dos aposentados. A Força Sindical, central ligada ao deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), teve gabinetes e entidades associadas investigadas. Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, integra um sindicato vinculado à mesma central.
Segundo a Polícia Federal, ao menos vinte pessoas são investigadas pela participação no esquema que operava de forma nacional. Os valores eram cobrados automaticamente nos contracheques do INSS, muitas vezes sem qualquer ciência ou consentimento dos aposentados.
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