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DIY automotivo pode virar armadilha: vídeos nas redes destroem carros e ampliam prejuízos

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Especialistas alertam sobre os riscos de seguir dicas automotivas de vídeos, que podem causar danos sérios aos veículos e colocar vidas em risco  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 06/08/2025, às 13h40



A explosão de conteúdos automotivos nas redes sociais, com dicas de manutenção no estilo "faça você mesmo" (DIY), tem preocupado especialistas do setor.

Embora democratizem o acesso à informação, muitos desses vídeos propagam desinformação técnica que pode causar danos sérios ao veículo e colocar vidas em risco. O alerta vem da Niterra, multinacional japonesa responsável pelas marcas NGK e NTK, referência mundial em componentes automotivos.

Peças sensíveis como sensores de oxigênio (sonda lambda), sensores MAP e interruptores de pressão de óleo são alvos frequentes de vídeos com soluções caseiras e “limpezas milagrosas” que, longe de ajudar, podem inutilizar os componentes.

A NTK alerta que o uso de produtos inadequados como álcool, desengraxantes e solventes em spray pode causar danos irreversíveis e aumentar o custo da manutenção.

Outro erro comum é desmontar sensores sem conhecimento técnico. Isso pode danificar travas e conectores, dificultando futuras substituições e gerando retrabalho. Além disso, há risco de contaminação interna dos sensores, como ocorre com o MAP, essencial para o cálculo da mistura de ar e combustível do motor.

Economia ilusória leva a perdas maiores

A lavagem do motor é outro ponto sensível. Jatos de água aplicados de forma errada podem causar curtos-circuitos e oxidação em módulos eletrônicos. Só profissionais capacitados devem realizar esse tipo de serviço, utilizando equipamentos e produtos apropriados.

O uso de sensores usados ou de procedência duvidosa também é desaconselhado. Peças desgastadas podem estar fora dos padrões exigidos e comprometer a eficiência do sistema de injeção eletrônica. A tentação de economizar pode resultar em consumo elevado de combustível, aumento de emissões e falhas recorrentes.

Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da Niterra, destaca ainda um comportamento cada vez mais comum: consumidores que chegam às oficinas com diagnósticos prontos baseados em vídeos de internet.

“É um risco enorme tomar decisões técnicas sem conhecimento. Isso pode levar à substituição desnecessária de peças, aumento de gastos e prolongamento do tempo de reparo”, afirma.

Mecânico de confiança ainda é a melhor ferramenta

O recado dos especialistas é claro: a manutenção automotiva exige conhecimento técnico e ferramentas adequadas. O barato pode sair caro quando se despreza o trabalho de profissionais qualificados. Antes de seguir dicas genéricas da internet, é fundamental consultar um mecânico de confiança, que possui formação, experiência e acesso a equipamentos de diagnóstico precisos.

Evitar a desinformação é também uma forma de cuidar do carro e da segurança de todos. O “faça você mesmo” pode até ser útil em alguns contextos, mas quando o assunto envolve sensores, sistemas eletrônicos e segurança veicular, confiar na internet pode sair muito mais caro do que se imagina.

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