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Publicado em 06/06/2025, às 13h21 Redação
Os dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam um novo cenário da religiosidade no Brasil. Os evangélicos chegaram a 26,9% da população com 10 anos ou mais, enquanto os católicos, ainda majoritários, caíram para 56,7%, o menor percentual já registrado.
Ao todo, são 100,2 milhões de católicos e 47,4 milhões de evangélicos. Embora sigam sendo o segundo maior grupo religioso do país, os evangélicos cresceram em ritmo mais lento do que o observado entre os Censos de 2000 e 2010. No período de 2010 a 2022, esse grupo aumentou 35,3%, frente a uma expansão de 9% da população geral no mesmo recorte etário. Entre 2000 e 2010, a taxa de crescimento havia sido de 69,2%.
Apesar do avanço, os evangélicos não atingiram o patamar de um terço da população, como algumas projeções sugeriam. Ainda assim, já são maioria em 58 municípios brasileiros.
O levantamento do IBGE considera apenas a população com 10 anos ou mais. Isso pode ter impactado os percentuais, já que a faixa etária evangélica é, em média, mais jovem do que a católica. Na população de 10 a 14 anos, por exemplo, os evangélicos representam 31,6%, enquanto os católicos somam 52%. Entre os maiores de 80 anos, 72% se dizem católicos e 19%, evangélicos.
Fonte: Folha de São Paulo
A participação católica, embora ainda expressiva, continua em trajetória de queda. Em 2010, representavam 65,1% da população; em 1980, eram cerca de 90%. No primeiro Censo nacional, de 1872, os católicos somavam 99,7%, em um contexto no qual a religião era oficial no Império do Brasil.
O Norte lidera em proporção de evangélicos, com destaque para o Acre (44,4%), enquanto o Nordeste tem os menores índices. O Piauí registra a menor taxa entre os estados, com 15,6%.
No recorte racial, indígenas apresentam a maior proporção de evangélicos (32,2%), seguidos por pretos (30%) e pardos (29,3%). Entre os brancos, o catolicismo ainda prevalece (60,2%).
Fonte: Folha de São Paulo
A pesquisa também indica aumento na proporção de brasileiros sem religião, que passou de 7,9% em 2010 para 9,3% em 2022. Esse grupo é composto por ateus, agnósticos e pessoas que se consideram espiritualizadas, mas não seguem uma religião formal. Já as religiões de matriz africana, embora ainda representem apenas 1% da população, triplicaram de tamanho desde o último Censo, com maior presença nas regiões Sul e Sudeste.
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