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Publicado em 02/06/2025, às 13h11 Redação
Beber água assim que acorda pode mesmo reduzir o risco de sofrer um AVC? A dúvida tem circulado com frequência nas redes sociais, onde vídeos virais sugerem que a prática matinal tem relação direta com a prevenção do acidente vascular cerebral. Mas o que dizem os especialistas?
O AVC ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro, o que pode causar a morte de células cerebrais em questão de minutos. Existem dois tipos principais: o isquêmico — mais comum, causado por obstrução de uma artéria — e o hemorrágico, mais grave, provocado pelo rompimento de um vaso sanguíneo.
A neurologista Natalia Nasser Ximenes, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, explica que ainda não há estudos conclusivos que comprovem que beber água especificamente pela manhã reduza o risco de AVC. No entanto, algumas pesquisas de menor escala indicam que manter-se bem hidratado ao longo do dia pode sim ter impacto na prevenção.
Esses estudos mostraram que pessoas que ingerem pelo menos dois litros de água por dia tendem a apresentar menor incidência de AVC do que aquelas que consomem menos de 1,6 litro. Isso pode estar ligado à redução da atividade plaquetária com a hidratação adequada, o que diminui a formação de coágulos — um dos principais fatores de risco para o AVC isquêmico.
“É fundamental entender que os dados apontam para o total de água consumida ao longo do dia, não para o horário específico em que se bebe. Ou seja, não há evidência científica que comprove benefícios exclusivos de tomar água logo ao acordar”, esclarece Natalia, que também é membro da ACADEMIA AMERICANA DE NEUROLOGIA.
Para adultos saudáveis, a recomendação geral é consumir cerca de dois litros de água diariamente. Já pessoas com problemas cardíacos, renais ou hepáticos — fatores que aumentam o risco de AVC — devem buscar orientação médica sobre a quantidade ideal.
Rapidez salva vidas
Um ponto essencial no combate ao AVC é o reconhecimento imediato dos sintomas. O tempo de resposta pode definir a extensão das sequelas ou até a sobrevivência da vítima. Estima-se que, a cada minuto sem tratamento, 1,9 milhão de neurônios sejam perdidos.
Para facilitar a identificação, os especialistas indicam a sigla SAMU:
“A identificação rápida dos sintomas, somada ao atendimento de emergência, reduz drasticamente o risco de morte e limita sequelas graves como dificuldade de fala, perda de memória e limitação motora”, afirma Sheila Cristina Ouriques Martins, presidente da REDE BRASIL AVC.
Prevenção vai além da água
Apesar de ajudar, manter-se hidratado não é suficiente para evitar o AVC. A neurologista reforça que a prevenção está ligada a um conjunto de práticas saudáveis. Entre elas:
Em resumo, beber água é um passo importante, mas precisa estar inserido num estilo de vida saudável para fazer real diferença na prevenção do AVC.
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