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Publicado em 28/05/2025, às 14h34 Redação
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma emergência médica que exige resposta imediata, mas os sinais da doença podem passar despercebidos — especialmente quando se trata de mulheres. Embora os sintomas clássicos, como fraqueza em um dos lados do corpo, dificuldade para falar e perda de visão sejam amplamente conhecidos, elas podem apresentar sinais menos típicos, o que atrasa o diagnóstico e aumenta o risco de sequelas.
“Confusão mental repentina, dor de cabeça intensa, alterações no comportamento, náuseas e até sonolência podem ser manifestações do AVC em mulheres”, afirma o neurocirurgião Guilherme Rossoni, da clínica Acolher Ameh, em São Paulo. De acordo com ele, a ausência dos sinais considerados “clássicos” dificulta o reconhecimento precoce da condição. “É preciso atenção redobrada”, alerta.
De acordo com o Office on Women’s Health (OASH), dos Estados Unidos, o AVC é a terceira principal causa de morte entre mulheres — e mata mais que o câncer de mama. “Mesmo mulheres com hábitos saudáveis podem estar expostas a riscos específicos do sexo feminino”, explica Rossoni. Fatores como gravidez, puerpério, menopausa e uso de anticoncepcionais elevam as chances de sofrer um derrame cerebral.
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Em 2024, a Associação Americana do Coração (AHA) incluiu, pela primeira vez, um capítulo exclusivo sobre o AVC em mulheres em suas diretrizes de prevenção. A publicação traz orientações específicas para fases como a gestação e o climatério, quando alterações hormonais e cardiovasculares aumentam o risco.
A situação é ainda mais preocupante quando se sabe que cada minuto de demora no atendimento pode significar danos irreversíveis ao cérebro. “O tempo entre os primeiros sintomas e a chegada ao hospital é o que mais impacta no desfecho. Quanto mais rápido, menor o risco de sequelas graves”, reforça Rossoni.
Como identificar um AVC?
Uma maneira prática de memorizar os sintomas é a sigla SAMU:
O que é o AVC e por que ele é tão grave?
O AVC acontece quando o fluxo de sangue para o cérebro é interrompido, o que pode causar a morte de células cerebrais em poucos minutos. Existem dois tipos principais:
Isquêmico: mais comum, ocorre pela obstrução de uma artéria cerebral.
Hemorrágico: menos frequente, mas mais grave, é causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo.
“No tipo hemorrágico, o sangue se espalha pelo tecido cerebral, o que pode elevar a pressão no crânio e causar danos severos. A intervenção precisa ser imediata”, explica o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, de Brasília.
Por isso, reconhecer os sinais — mesmo os sutis — é essencial. O conhecimento pode salvar vidas e preservar a autonomia de quem sofre um AVC.
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